Como encontramos nosso Caminho

Esta página é um resumo da nossas histórias sobre como encontramos nosso Caminho espiritual. Escrevemos porque achamos que vocês poderiam se identificar com a busca no seu momento atual.

professores de meditação

professores de meditação do Centro Sri Chinmoy

Juliana Francisco

(versão completa aqui)

Eu comecei a buscar por meditação quando assisti a alguns documentários que falavam que a meditação era o caminho para felicidade. Na época, estava buscando saber o que era felicidade. Literalmente eu busquei na internet o que era felicidade, porque eu não me sentia feliz. Pelo contrário, na maior parte do tempo estava ansiosa, confusa, com medo, triste, sem motivação e desconectada com tudo.

Eu sempre fui automotivada, alegre, determinada, consegui tudo o que sonhei e fui além do que poderia imaginar (só para esclarecer que não era algo relacionado a fracassos ou fuga da realidade ou frustrações da vida e etc.). Mas daí, cheguei em um momento em que tudo no que acreditava não me parecia real. Estava tudo vazio de significado. Eu trabalhava, tinha uma boa profissão, era casada, viajava para bons lugares, tinha amigos, ia para festas e coisas do tipo, mas nada disso estava me fazendo sentir satisfação genuína. Estava vendo a minha vida passar e sentia que nada estava acontecendo, eu ouvia as pessoas, os acontecimentos e parecia tudo igual sempre, o mesmo drama da vida comum. Será que a vida era só isso? Eu me perguntava. Até que chegou um momento em que eu pedi para Deus me mostrar meu caminho.

Quando comecei a fazer o curso de meditação, me deparei com um outro universo, uma outra realidade, muito mais bela e real do que eu poderia imaginar. Foi realmente um divisor de águas em minha vida. Eu não fazia ideia do que era meditação. E também não fazia ideia que era uma forma de trabalhar a minha espiritualidade, me autoconhecer e progredir em diversos aspectos. Não conhecia Sri Chinmoy, e sinto que foi Deus atendendo ao meu pedido, pois além de começar a meditar encontrei o meu Mestre espiritual e me sinto outra pessoa desde então… A cada dia me deparo com algo novo.

Percebi que o que sentia era um completo distanciamento da minha alma e de Deus. Percebi que havia acordado deste mundo de ilusões e não podia mais voltar a dormir. A minha alma estava chorando e eu precisava alimentá-la… Sei que cada um de nós está direcionado a algum caminho espiritual, e sou realmente grata por ter encontrado o meu caminho. Lembro que busquei várias religiões e não me identificava com nenhuma delas. Daí foi muito especial e surpreendente me sentir pertencendo a um lugar que não é uma religião, mas que nos conecta com Deus.

É muito engraçado como agora fica tão claro que até os momentos mais felizes que já vivi antes de encontrar o meu caminho, nada se comparam ao sentimento que tenho hoje e que é constante. Não tenho como explicar; cada um de nós sabe de si. Eu ainda lembro de como me sentia, e o sentimento de hoje é incomparável. … Voltei para minha casa; acabou a busca….

Eu lhe darei tudo

Eu lhe darei uma chance,

Se você quiser uma chance.

Eu lhe darei uma nova vida,

Se você quiser uma nova vida.

Eu lhe darei tudo de que precisa,

Mas você é quem deve receber isso de mim.

Na sua alegre luz-aceitação

Está a manifestação-perfeição da sua vida.

– Sri Chinmoy, do livro Transcendence-Perfection


Thamara Paiva

(versão completa: o diário de uma buscadora – uma vida de busca)

Alguma vez você já parou para fazer uma reflexão sobre sua vida espiritual? Há algum tempo me peguei pensando sobre a minha e vi que religião e espiritualidade sempre estiveram presentes nela, em algumas épocas mais ativamente, outras menos….

Nesse tempo não tinha internet e eu morava numa cidade bem pequena, então eu encontrava algumas novidades nas revistas na banca de jornal…. Tive várias descobertas e cada vez mais aquilo fazia sentido pra mim e eu me sentia parte de tudo e minhas perguntas começavam a ser respondidas…

Nessa época, a vida me brindou com mais um feliz encontro com um amigo. Após várias e longas conversas sobre espiritualidade, ótima troca de conhecimento ele me fez uma afirmação que mudaria minha vida completamente e para sempre: Thamara, você precisa meditar.

Meditar pra mim era silenciar a mente. Logo a minha que naquele momento estava um turbilhão de pensamentos. Eu não sabia nada do que era meditar. Mas eu disse: eu sei que tenho, mas não é esse o momento ainda, não me sinto preparada.

Sabe aquelas voltas que a gente faz a nossa vida dar? Essa foi uma delas. Talvez, para eu me confortar, tenha acontecido para eu me fortalecer interiormente.

Passaram-se alguns meses e eu estava conversando com uma amiga. Eu me sentia perdida, com várias perguntas na minha mente e sentindo um grande vazio dentro de mim. Conversando com ela falei que precisava encontrar algo que me completasse e que talvez deveria procurar uma aula de meditação ou algo do tipo. Eu não sabia explicar essa necessidade, era algo que vinha de dentro, como se meu coração pedisse por um alimento. Mas como eu poderia buscar por algo que eu não sabia exatamente o que era?

Foi então que ela me falou de um curso de meditação gratuito que tinha em São Paulo que ela fez e amou, só que não pode continuar. Lembro exatamente do brilho no olho dela ao me falar: “Nossa, amiga, você vai amar! É a sua cara!! E além de tudo o mestre de espiritual deles, Sri Chinmoy, corre, todo mundo lá corre! Você vai amar!” (Porque eu sempre pratiquei corrida.)

Ela me conhece muito bem para dizer isso. E me explicou como funcionava, que depois da primeira parte do curso tinha a continuação. Falou de tudo que era necessário para seguir naquele caminho, como dieta vegetariana, a não utilização de álcool e drogas. Eu quase não acreditei. Naquele momento era tudo perfeito para mim….

Para minha sorte o curso daquele mês começava na sexta-feira. Na mesma hora pensei: nossa, é um bom sinal. E lá fui eu para a primeira aula do curso. O salão estava lotado, quanta gente buscando meditação, pensei.

Durante o curso ouvi algumas histórias que me marcaram, as quais lembro até hoje. Eu senti que estava mesmo em busca de algo maior e ao mesmo tempo tentava me imaginar naquelas histórias e se algum dia conseguiria estar naquele lugar que até então me parecia muito distante…

Era tão mágico ir para o curso que não consigo explicar. Um dia eu não estava muito bem e quase desisti de ir. Mas eu fui e lembro que depois que coloquei o pé naquela casinha tão abençoada e com uma energia tão maravilhosa eu mudei completamente o que estava sentindo. E me senti agradecida por ter ido…

Eu estava passando por uma transformação na minha vida. O emprego que eu tinha já não fazia mais sentido. Eu tinha acabado de ser promovida, mas não me sentia feliz lá, nada me completava. Minha vida estava sem propósito. A única coisa que me deixava feliz era correr, só correndo eu conseguia ser eu mesma. Por isso, há alguns meses estava me programando para “me dar um tempo”, ir para a Irlanda estudar inglês…

Como Deus faz tudo certo e a gente não precisa pedir nada, só agradecer pelo que tem e aceitar tudo que vem, um dia eu estava andando pelas ruas de Dublin e me deparei com um cartaz: Festival de Meditação Gratuito. Eu quase não acreditei no que estava vendo. Logo, pensei: aqui também tem meditação de graça.

No cartaz tinha um número de telefone e um site. Entrei no site para ver a programação e com quem me deparo? Sri Chinmoy. Aquele mesmo mestre espiritual que meu coração tinha pedido tanto para ser sua discípula. Foi mágico, foi inesquecível….

Ao mesmo tempo que achava que já sabia de tudo, era tudo novo. Cada dia uma nova descoberta. Novas experiências. E um novo mundo se abriu pra mim. Um mundo de mais luz e mais sinceridade. A cada passo que eu dava eu agradecia mais a Deus por ter me dado a chance de encontrar o caminho de Sri Chinmoy.

Quanto mais eu me abria, mais coisas aconteciam. Quanto mais eu me permitia, mais feliz eu me sentia. Agora sim, tinha encontrado minha família, meu propósito, eu estava completa.

 


Como eu cheguei no Caminho – Patanga

(história completa aqui)

Com uns 16 anos, comecei a mudar algumas coisas na minha vida, sem saber o porquê. Acho que era um “bom menino”, tinha uma boa família, estudava numa boa universidade. Mas a vida não me satisfazia. Aos 18 anos, um colega me entregou um livro e disse “acho que você vai gostar.” Eu li o livro, sobre yoga e um estilo de vida oriental, e quase tudo fazia sentido. Parei de comer carnes, comecei a praticar esportes, etc. Mas, ainda assim, aquele vazio profundo continuava.

Quando tinha 19 anos, fui numa palestra sobre meditação. Eu não estava procurando por isso, mas, quando vi o cartaz na universidade, senti – por algum motivo – que deveria ir. As duas coisas que mais me tocaram – e as únicas que lembro até hoje – foram, primeiro, o sorriso do palestrante; era alguém que parecia ter uma satisfação e felicidade mais verdadeiras.

A segunda, e maior, foi ver a foto de Sri Chinmoy na mesa do auditório. Quando olhei para ela com atenção, parecia que era a foto de diversas pessoas alternadamente, como se todas as coisas existissem dentro da foto. (Hoje eu chamaria isso de “consciência universal”.) Alguns momentos depois, quando me concentrei nela por mais tempo para um exercício de meditação, eu senti que o semblante da foto ficou sério, e ela me passava uma mensagem interior, que me fazia sentir “Moleque, você tem que tomar jeito na sua vida!” Era como se a foto, a consciência de Sri Chinmoy, tivesse responsabilidade por mim, pela minha vida. Eu nunca tinha cogitado essa possibilidade e nem achava que tinha ou precisava de um Mestre espiritual, mas hoje vejo que esse é o cuidado que o Mestre tem pelos seus alunos. Era como se ele estivesse me esperando e me guiado nos acontecimentos da minha vida até aquele momento onde o encontrei.

Comecei a praticar a vida espiritual de acordo com os ensinamentos exteriores e interiores de Sri Chinmoy. Meditação, canto, leitura, trabalho, serviço abnegado, me divertir como uma criança, conversar com outros buscadores; tudo fazia sentido, mas agora de forma espontânea, sem explicação. Comecei a me sentir feliz DE VERDADE. Na verdade, eu mesmo passei a fazer sentido, então as coisas ao meu redor também passaram a ter um significado – só que agora transformadas em algo mais divino.

É como se o Mestre espiritual fosse aquele príncipe encantado das estórias, que com um toque desperta finalmente a minha alma dormente e sonhadora para a vida real.

A vida dele é cheia de barulho,
A vida dele é cheia de correria,
A vida dele é cheia de pressa.
Ele é uma imagem da insinceridade,
Ele é uma imagem da ingratidão,
Ele é uma imagem do fracasso.
Ele falha em silenciar a tempestade de sua carne,
Ele falha em sair do abismo de sua dúvida,
Ele falha em sepultar o caixão do seu medo.
Ainda assim
Ele será salvo,
Ele será libertado,
Ele será completo.
Pois
Ele ouviu os passos de seu Mestre.
-Sri Chinmoy, o Mestre e o discípulo