O significado de AUM – o Nome de Deus
Assim como as flores tem seu significado, os sonhos tem seu significado, o aniversário tem singificado, AUM, o Nome de Deus, também possui um significado.
Texto a seguir traduzido do livro de Sri Chinmoy, “The Significance of Aum”
O Nome de Deus
Pergunta 1: Qual é o significado de AUM?
Sri Chinmoy: AUM é uma palavra sânscrita, uma sílaba. Uma palavra ou sílaba sânscrita tem um significado especial e um poder criativo. AUM é a Mãe de todos os sons. Quando cantamos AUM, o que realmente acontece é que trazemos Paz e Luz do alto e criamos uma harmonia universal dentro e fora de nós. Quando repetimos AUM, tanto nossos seres internos quanto externos são inspirados e sobrecarregados com um sentimento e aspiração divinos. AUM não tem igual. AUM tem poder infinito. Apenas repetindo AUM, podemos realizar Deus.
Ao cantar AUM, tente sentir que é Deus quem está subindo e descendo dentro de você. Centenas de buscadores na Índia realizaram Deus simplesmente repetindo AUM. AUM é o símbolo de Deus, o Criador.
Sobre qual aspecto você queria que eu falasse sobre AUM?
Interlocutor: Esta é a resposta que eu queria.
Sri Chinmoy: Pode-se falar e escrever por horas sobre AUM. O principal, meu sentimento pessoal, é que, ao repetir AUM, por favor, tente observar o que realmente acontece. Se você repetir o nome de um gato, um cachorro ou um macaco, ou mesmo de uma pessoa comum, não obterá inspiração. Mas quando você pronuncia AUM, que é o símbolo do Criador, o sopro vital do Criador, você imediatamente obtém um sentimento interior, o sentimento que inspira seus movimentos internos e externos para ampliar sua visão e realizar sua vida aqui na Terra. Este é o segredo de AUM. Se você deseja guardar um segredo por toda a sua vida, então aqui está o segredo. Por favor, cante AUM e tudo será seu.
Sri Chinmoy, AUM — Vol. 2, No. 3, 27 de outubro de 1966, Boro Park Printers — Brooklyn, N. Y, 1966
DEUS em AUM
A representa a aspiração de realizar Deus.
U representa a união com Deus.
M representa a manifestação de Deus, em nós, conosco e através de nós.
AUM diz que o homem erra quando afirma que vive porque respira. Ele vive porque em sua respiração está o poder que é o próprio Deus.
Ó homem, AUM pode satisfazer todos os seus desejos. AUM pode libertá-lo de todos os seus desejos. Apenas uma dádiva é concedida; escolha qualquer uma das duas. Se seus desejos mundanos são infinitos, então tenha certeza de que a riqueza de Deus é mais do que infinita. Portanto, você pode continuar pedindo a Ele coisas mundanas com segurança. Novamente, se você deseja liberdade interior e exterior, Deus, sendo a Liberdade absoluta, pode satisfazer sua aspiração mais elevada. Portanto, você pode continuar aspirando com segurança por coisas Divinas.
AUM existiu. Nada mais. AUM existe. Nada mais. AUM existirá. Nada mais. Agora, o que é AUM? É a Mãe de todos os mantras indianos. O que é um mantra? É poder disfarçado de som. O som do AUM é único. Geralmente, quando duas coisas são tocadas juntas, ouvimos um som. Mas esse som não precisa ser tocado. É Anahata (sem ser tocado). É um som silencioso. Um iogue ou uma figura espiritual o ouve nos recessos mais íntimos de seu coração. Quando você o ouve, pode ter certeza de que está muito avançado na vida espiritual. Sua realização em Deus não mais permanecerá um mero grito no deserto. O dia da sua Auto-Realização está se aproximando rapidamente.
A diferença entre o homem e Deus, de acordo com o AUM, é muito simples. O homem precisa de Deus mais do que O quer. Deus quer o homem mais do que Ele precisa dele. Na verdade, tanto o homem quanto Deus precisam um do outro. O homem precisa de Deus para realizar seus desejos e sua vida terrena. Deus precisa do homem para transformar Sua Visão em Realidade, Sua manifestação em Perfeição perfeita.
Existem sete mundos superiores e sete mundos inferiores. Os mundos superiores são: Bhur, Bhuvar, Swar, Jana, Mahar, Tapas e Satya. Um dos Upanishads nomeia sete regiões superiores. São elas: Agniloka, Vayuloka, Varunaloka, Adityaloka, Indraloka, Prajapatiloka e Brahmaloka. Certas figuras espirituais acreditam que o primeiro grupo de mundos mencionado corresponde ao segundo. Outros, igualmente qualificados, opõem-se veementemente a essa crença. Curiosamente, todos, sem exceção, concordam que os mundos Satya e Brahmaloka são um e o mesmo.
Os sete mundos inferiores são: Atala, Vitala, Sutala, Rasatala, Talatala, Mahatala e Patala.
AUM, e somente AUM, tem livre acesso a todos esses mundos superiores e inferiores.
Sri Chinmoy, O significado de AUM, Centro AUM, Santurce, Porto Rico, 1967
A – U – M
Alguns acreditam que A inicia sua jornada no fundo da boca, U no meio e M nos lábios. Outros sustentam (e eu pessoalmente prefiro esta segunda descoberta) que o velocista A inicia sua jornada no centro do coração (Anahata) e sobe até U, que aguardava no centro da garganta (Visuddha) a chegada de A. Agora, tanto A quanto U chegam a M, que aguardava no centro entre as sobrancelhas (Ajna). Combinados, eles correm em direção à vastidão infinita.
Quando cantamos AUM em voz alta, sentimos a Onipotência do Supremo. Quando cantamos AUM suavemente, sentimos o Deleite do Supremo. Quando cantamos AUM silenciosamente, sentimos a Paz do Supremo.
Nós cantamos AUM. Onde o som termina? Ele termina tanto no Infinito Invisível Além quanto na manifestação cósmica visível imediata.
O som de AUM inspira o buscador a sentir que Deus virá. A mensagem do AUM inspira o buscador a sentir que Deus está chegando. O significado do AUM inspira o buscador a sentir que Deus chegou. O sopro vital do AUM faz o buscador sentir que Deus sempre esteve dentro dele e estará para sempre.
Quanto à entoação do AUM, o M deve durar pelo menos três vezes mais que o AU, que soa tão longo quanto o O. Finalmente, o buscador deve saber que o AUM deve vir a ele como uma revelação e não como uma descoberta mental ou intelectual.
O AUM é nossa concentração, meditação e contemplação. Ao cantar o AUM, nosso corpo se torna um campo de concentração unicamente direcionado, nossa mente se torna uma meditação energizante e gratificante, nosso coração se torna a contemplação autocentrada do Infinito.
Sri Chinmoy, O significado do AUM, Centro AUM, Santurce, Porto Rico, 1967
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
