Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Alguma vez você já parou para fazer uma reflexão sobre sua vida espiritual?
Há algum tempo me peguei pensando sobre a minha e vi que religião e espiritualidade sempre estiveram presentes nela, em algumas épocas mais ativamente, outras menos.
Posso dizer que eu tive a sorte de nascer em um lar no qual a religiosidade nunca me foi imposta. Meus pais nunca foram muito religiosos, embora meu avô materno tenha sido pastor de igreja evangélica e meu pai seja devoto de Nossa Senhora Aparecida. Essas foram minhas referências de espiritualidade na família.
Me sinto abençoada por isso, porque fui livre para escolher meu caminho desde criança. Eles sempre me deixaram ir para os cultos e cerimônias das mais diversas religiões. Lembro que quando era bem pequena um dia eu ia na Igreja Metodista com a amiga da minha irmã, no outro ia para escolinha espírita com uma amiga minha e em um outro dia eu ainda ia à catequese na Igreja Católica. Tudo numa mesma semana. Uma confusão danada para a cabeça de uma criança? Talvez não para a minha.
Buscando um caminho
Hoje vejo que já naquela época eu estava em busca do meu caminho, mesmo sem saber. Antes eu achava que estava indo só porque minhas amigas iam, pra ficar mais junto delas. Talvez naquela época a explicação fosse essa e fosse suficiente para uma criança de, sei lá, 8 anos. Hoje, com 30, sei perfeitamente que estava mesmo era querendo ficar mais próxima de Deus, o maior tempo possível.
Meus pais nunca me levaram à missa, mas eu contribuía com o dízimo, de um salário que eu nem tinha, porque eu achava que era importante. Por isso, eu era chamada de “beata” pela minha irmã. Cheguei até a crismar na Igreja Católica.
Mas naquela época eu já entendia mais sobre espiritualidade e a igreja não respondia todas as perguntas que eu tinha. Terminei os estudos para fechar o ciclo. Depois disso nunca mais voltei a frequentar a Igreja Católica, eu já não me sentia católica.
Se podemos chamar de uma transição, foi nessa época que comecei a descobrir a energia, comecei a entender sobre os outros planos. Eu era muito curiosa e fiz vários testes “físicos” para sentir essa energia e tentar entender o que acontecia naquele plano que eu não conseguia ver. Comecei a ler bastante e a estudar um pouco sobre isso.
Nesse tempo não tinha internet e eu morava numa cidade bem pequena, então eu encontrava algumas novidades nas revistas na banca de jornal.
Tive várias descobertas e cada vez mais aquilo fazia sentido pra mim e eu me sentia parte de tudo e minhas perguntas começavam a ser respondidas. Encontrei muitas delas no espiritismo, religião que segui desde quando fechei o ciclo da Igreja Católica. Me envolvia em tudo que eu podia: viagens, encontros, estudos.
Sempre que mudava para uma cidade era o primeiro lugar que eu buscava, como se fosse um refúgio. E por anos e anos eu frequentei palestras por toda cidade onde eu ia. Tive a chance de conhecer várias casas espíritas.
Houve tempo em que eu saía da minha cidade, viajava por duas horas só pra assistir à palestra de uma médium excepcional e pra tomar o passe dela. Chegava na cidade por volta das 13h para entrar pra fila. A reunião só começava umas 17h30 e terminava às vezes às 22h, outras 23h, não tinha um horário certo para terminar. Dependia do seu lugar na fila e do quanto cada passe demorava… No final eu sentia que valia cada minuto.
Quando me mudei pra São Paulo o primeiro lugar que procurei, antes de ter um emprego, foi um centro espírita. E tinha um bem na frente da minha casa. Eu me senti tão agradecida, fiquei tão feliz por aquilo. Chegando do interior do interior de Minas Gerais para a selva de pedra pela primeira vez. Isso só podia ser um sinal de que estava no lugar certo.
Como eu estava ali pertinho, virei a papa-passe. Tinha semana que eu ia 3 vezes para a palestra e pra tomar o passe. Ia quando estava feliz, ia para agradecer, ia quando estava triste, ia porque estava sol ou porque estava chovendo. Eu ia porque me fazia bem.
Então descobri que lá eles davam cursos. Já há um tempo vinha sentindo que precisava me aprofundar. Quando entrava na salinha do passe minha vontade era de estar ali sendo o instrumento para a transfusão das energias dos bons espíritos. Muitas vezes eu não precisava do passe, mas queria estar ali, sendo parte daquilo.
Mas os cursos eram muito concorridos. Só consegui minha suada vaga depois de 4 anos frequentando aquele centro espírita. E então comecei a estudar. Ainda bem que comecei a estudar e o estudo começava a completar aquele vazio que eu sentia. Porém, para eu conseguir dar o tão sonhado passe demoraria alguns bons anos (3 anos ou mais). Eu estava disposta a estudar o quanto fosse preciso.
“Thamara, você precisa meditar”
Nessa época, a vida me brindou com mais um feliz encontro com um amigo. Após várias e longas conversas sobre espiritualidade, ótima troca de conhecimento ele me fez uma afirmação que mudaria minha vida completamente e para sempre: Thamara, você precisa meditar.
Meditar pra mim era silenciar a mente. Logo a minha que naquele momento estava um turbilhão de pensamentos. Eu não sabia nada do que era meditar. Mas eu disse: eu sei que tenho, mas não é esse o momento ainda, não me sinto preparada.
Sabe aquelas voltas que a gente faz a nossa vida dar? Essa foi uma delas. Talvez, para eu me confortar, tenha acontecido para eu me fortalecer interiormente.
Passaram-se alguns meses e eu estava conversando com uma amiga. Eu me sentia perdida, com várias perguntas na minha mente e sentindo um grande vazio dentro de mim. Conversando com ela falei que precisava encontrar algo que me completasse e que talvez deveria procurar uma aula de meditação ou algo do tipo. Eu não sabia explicar essa necessidade, era algo que vinha de dentro, como se meu coração pedisse por um alimento. Mas como eu poderia buscar por algo que eu não sabia exatamente o que era?
Foi então que ela me falou de um curso de meditação gratuito que tinha em São Paulo que ela fez e amou, só que não pode continuar. Lembro exatamente do brilho no olho dela ao me falar: “Nossa, amiga, você vai amar! É a sua cara!! E além de tudo o mestre de espiritual deles, Sri Chinmoy, corre, todo mundo lá corre! Você vai amar!” (Porque eu sempre pratiquei corrida.)
Ela me conhece muito bem para dizer isso. E me explicou como funcionava, que depois da primeira parte do curso tinha a continuação. Falou de tudo que era necessário para seguir naquele caminho, como dieta vegetariana, a não utilização de álcool e drogas. Eu quase não acreditei. Naquele momento era tudo perfeito para mim.
Na mesma hora ela me passou o número de telefone e tinha uma ressalva: você tem que ligar para saber sobre o horário e o dia, não pode mandar mensagem de texto ou WhatsApp. E foi o que fiz. Naquele mesmo dia na hora do almoço liguei para o número de um homem com nome diferente.
Sabe quando você fica tentando descobrir como é a pessoa do outro lado? Eu fiquei imaginando pelo nome em como ele deveria ser, era um nome diferente, me passava um certo tom de autoridade, não autoridade no sentido que conhecemos, de poder, mas no sentido de evolução espiritual mesmo.
Quando liguei falei com todo cuidado pra não incomodá-lo. Atendeu uma voz calma, muito simpática que transmitia alegria, lembro até hoje desse dia, uma pessoa que você poderia ouvir por horas e horas falando.
Para minha sorte o curso daquele mês começava na sexta-feira. Na mesma hora pensei: nossa, é um bom sinal. E lá fui eu para a primeira aula do curso. O salão estava lotado, quanta gente buscando meditação, pensei.
Durante o curso ouvi algumas histórias que me marcaram, as quais lembro até hoje. Eu senti que estava mesmo em busca de algo maior e ao mesmo tempo tentava me imaginar naquelas histórias e se algum dia conseguiria estar naquele lugar que até então me parecia muito distante.
A próxima aula seria na segunda-feira. Mesmo dia do meu curso no centro espírita – que suei tanto pra conseguir a vaga. Fui conversar com o moço da voz suave, aura de paz e nome diferente.
Eu não podia faltar no curso espírita e também não queria perder a meditação. Ele foi simples e categórico: “faça o que for mais importante para você”. Meu olho encheu de lágrimas. Virei e saí refletindo. Tive que fazer a difícil escolha e optei por terminar o curso espírita.
Mais uma daquelas voltas que gente faz a vida dar.
Fiz as contas: era novembro, meu curso terminaria em dezembro, então em dezembro começaria de novo o curso de meditação. Seria como se mais um ciclo estivesse fechando em minha vida para começar outro.
Só que em dezembro não teve curso. O próximo seria em janeiro.
No início de janeiro, junto com o início do curso eu comecei a namorar. Convidei ele para começar a meditar e a ir ao curso, mas era muito pra ele. Ele dizia que tinha muita coisa na cabeça para conseguir meditar. Ele tentava me apoiar, me buscou algumas vezes no curso, mas não meditava.
Era tão mágico ir para o curso que não consigo explicar. Um dia eu não estava muito bem e quase desisti de ir. Mas eu fui e lembro que depois que coloquei o pé naquela casinha tão abençoada e com uma energia tão maravilhosa eu mudei completamente o que estava sentindo. E me senti agradecida por ter ido.
No último dia do curso a gente pede ao mestre Sri Chinmoy para continuar no caminho, se aprofundar na meditação e no caminho espiritual.
Antigamente, quem quisesse entrar para o caminho espiritual de Sri Chinmoy deveria mandar uma foto. Ele meditava sobre ela e sabia se era o caminho daquela pessoa. Depois que ele deixou o corpo físico deveríamos escrever uma carta com todo nosso coração pedindo permissão a ele para seguirmos no caminho.
Mesmo sabendo de tudo que eu deveria fazer para continuar no caminho espiritual, eu escrevi minha cartinha. Com todo o amor do meu coração, eu queria muito estar ali. Pedi com meu coração que Sri Chinmoy me aceitasse. Fiquei imaginando a minha carta sendo entregue a ele e que queria que ele sentisse toda minha sinceridade em fazer parte daquilo.
Mas eu fiz minha vida dar outra volta. Saí de lá com o coração apertado por não poder continuar naquele momento, saí quase fugida, porque eu não ia conseguir falar com palavras que não ia continuar.
Hoje vejo que eu estava preparada naquele momento para seguir esse lindo caminho, mas não fui forte o suficiente. Naquela época eu ainda não sabia ouvir meu coração, então preferi “fugir”. Mas eu continuei meditando regularmente.
“A partir daquele dia, eu já sabia… e me entreguei”
Eu estava passando por uma transformação na minha vida. O emprego que eu tinha já não fazia mais sentido. Eu tinha acabado de ser promovida, mas não me sentia feliz lá, nada me completava. Minha vida estava sem propósito. A única coisa que me deixava feliz era correr, só correndo eu conseguia ser eu mesma. Por isso, há alguns meses estava me programando para “me dar um tempo”, ir para a Irlanda estudar inglês.
Pedi demissão, o namoro acabou e eu fui pra Irlanda. Tudo isso em quatro meses.
Chegando em Dublin, a primeira coisa que fiz foi buscar um centro espírita. Encontrei, tinha um dia de palestra, outro de estudo. Fui primeiro no estudo. Não encontrei exatamente o que eu buscava. Era bem diferente, aliás, do que eu estava acostumada ou do que eu esperava. Saí de lá pensando: terei muito trabalho pela frente, vou precisar estudar dobrado para conseguir o que quero.
Continuei indo ainda que não fosse o que eu procurava, achava que não tinha outra opção, porque era o único centro espírita Kardecista de Dublin, e eu precisava fazer parte de algo espiritual.
Como Deus faz tudo certo e a gente não precisa pedir nada, só agradecer pelo que tem e aceitar tudo que vem, um dia eu estava andando pelas ruas de Dublin e me deparei com um cartaz: Festival de Meditação Gratuito. Eu quase não acreditei no que estava vendo. Logo, pensei: aqui também tem meditação de graça.
No cartaz tinha um número de telefone e um site. Entrei no site para ver a programação e com quem me deparo? Sri Chinmoy. Aquele mesmo mestre espiritual que meu coração tinha pedido tanto para ser sua discípula. Foi mágico, foi inesquecível.
Lá o procedimento para ir no curso era mandar uma mensagem de texto com suas informações. Enviei, mas a mensagem não chegou. Fui mesmo assim, se me perguntassem porque meu nome não estava na lista, mostraria que tinha tentado enviá-la. Meu coração estava em festa.
Cheguei na loja de instrumentos musicais, onde foi o curso, falando toda orgulhosa que já conhecia eles, que eu já tinha feito o curso. Nem pediram para confirmar se meu nome estava na lista. Estava tudo certo, eu estava onde deveria estar.
O salão estava lotado de gente de tudo quanto é lugar. Foi tanta gente que no primeiro dia eles deram duas aulas ao mesmo tempo. Foi lindo, eu me senti como se tivesse encontrado o que eu procurava.
A partir daquele dia eu já sabia que dessa vez nada me tiraria daquele caminho, e eu me entreguei.
Ao mesmo tempo que achava que já sabia de tudo, era tudo novo. Cada dia uma nova descoberta. Novas experiências. E um novo mundo se abriu pra mim. Um mundo de mais luz e mais sinceridade. A cada passo que eu dava eu agradecia mais a Deus por ter me dado a chance de encontrar o caminho de Sri Chinmoy.
Quanto mais eu me abria, mais coisas aconteciam. Quanto mais eu me permitia, mais feliz eu me sentia. Agora sim, tinha encontrado minha família, meu propósito, eu estava completa.
O caminho de Sri Chinmoy é um caminho de muita luz. Nele, eu encontrei o que eu buscava desde quando era criança, porque no caminho espiritual você não vai a um lugar apenas para meditar e ponto, acabou. A meditação está em tudo, ela se torna sua vida.
Se você segue o caminho da devoção, se você se entrega com todo o coração, você não se sente vazio e você vê que não está sozinho. Existem muitos outros buscadores, assim como você, que levam a vida espiritual plenamente e isso te ajuda a ficar ainda mais forte. Tudo que você passa a fazer na vida faz mais sentido e tem um propósito.
Acredito que tudo acontece no tempo que deve acontecer, no tempo de Deus. Meu coração encontrou esse caminho com 29 anos e hoje sou eternamente grata por ter sido aceita por Sri Chinmoy e por não ter demorado tanto tempo a aprender a ouvir meu coração e a entender que esse era o caminho certo.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Insight Timer, Sattva, Headspace, Zen, Lojong, Calm, Stop Breath & Think, Aura, 5 minutos, Omvana, Medite.se, Medita!, Smiling Mind e outros…muitos outros….
Nos últimos anos, chegou uma avalanche de aplicativos de celular para ensinar técnicas e, principalmente, com meditações guiadas. Podemos recomendar o uso para quem quer aprender a meditar?
Vejamos primeiro a nossa capacidade de julgar se algo é adequado ou não. E, será que não varia com o tipo de pessoa? Será que não varia com o propósito da pessoa? Agora, “meditar” por si só não seria propósito, pelo menos para os fins do texto de hoje. A pergunta é: qual é o propósito da sua meditação? Acho que esse é um bom ponto de partida.
Se o propósito é relaxar, diminuir o estresse, etc, acho que você nem precisa chegar a meditar. Nessa caso, basta alongar, fazer um relaxamento do corpo e mente (que é o que define alguns exercícios de meditação guiada), uma imaginação de algo belo. Provavelmente, é isso o que você vai encontrar nos apps de meditação do mercado. (Associar a meditação com um resultado de bem estar e relaxamento ou como tratamento de saúde é um conceito novíssimo, que eu arriscaria dizer que começou por volta de 1960.) A vantagem é que você não precisa fazer um esforço muito grande. Basta se conter no escopo do exercício gravado ali, e deixar que ele se responsabilize pelo seu resultado. Ao mesmo tempo, essa vantagem é a sua desvantagem, conforme o parágrafo a seguir.
Se o seu propósito é auto-descoberta, que é o propósito ancestral da meditação (desde antes de 10.000 a.C. até hoje), você vai precisar de muitas coisas. Para a sua meditação acontecer, você vai precisar de muita garra, força de vontade; disposição para deixar para trás coisas na sua vida que atrapalham o seu progresso; companhia espiritual adequada; regularidade diária inabalável, um Mestre espiritual realizado e, sem dúvida, da Compaixão de Deus. O resultado disso tudo junto? Prefiro deixar que o leitor imagine. A minha própria imaginação não consegue ilustrar satisfatoriamente a combinação dessas forças na vida de um buscador espiritual.
No fim de tudo, vai de você, do seu hoje, de onde se encontra e do que está procurando. Se você achar que usar um app de celular para meditação vai lhe satisfazer, então use. Ou talvez o use como um algo a mais em meio às suas diversas práticas interiores. De qualquer forma, não poderia recomendar os apps bem comerciais. Se o propósito principal do aplicativo é ganhar dinheiro, o propósito de meditar vai ficar com menos espaço lá. Escolha um cujo propósito seja servir – talvez gratuito e sem nenhuma propaganda – e quem sabe aumentam as suas chances de encontrar um conteúdo mais sincero.
Mas, se sentir que a sua meta ainda está longe, sugiro deixar de trocar a responsabilidade pelo seu foco de um aparelho eletrônico para a sua força de vontade, os seus livros, o seu Mestre, o seu Deus e tomar a estrada mais veloz que encontrar para chegar lá – se Deus quiser – ainda nesta vida.
Enfim, não pude responder à pergunta inicial do texto, mas quem sabe fizemos progresso e demos o próximo passo em direção à resposta que procurávamos. Eu também me descubro um pouco mais ao escrever para vocês.
Aforismos de “meditação” diários
Link para página do aplicativo de meditações diárias – não são meditações no sentido contemplativo, mas sim aforismos diários para inspirar o nosso dia. Esse eu posso recomendar!
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Converse com os outros.
Você aprenderá.
Converse consigo.
Você aprenderá mais.
Pare de falar,
Permaneça em silêncio.
Deus falará e Deus aprenderá
Por você.
Você aprenderá tudo
Que só Deus sabe.
-Sri Chinmoy
Silêncio ou bons pensamentos? Qual é melhor?
Pergunta: Deve-se rejeitar todos os pensamentos durante a meditação?
Sri Chinmoy: É preciso saber se é o caso de um bom ou mau pensamento, um pensamento divino ou não divino. Se for um pensamento sobre Deus, um pensamento sobre Alegria Divina, Amor Divino, Beleza, Pureza, permita que esse pensamento entre em você e que aja, que se expanda. Se for um pensamento sobre Graça, Divindade, Eternidade ou Imortalidade, procure sentir para onde o pensamento vai; siga-o como um cão fiel.
Imagine que você esteja dentro da sua casa, próximo à porta. Você é quem decide abrir a porta, a sua porta mental, e permitir que apenas os pensamentos divinos que o incentivarão, inspirarão, que erguerão a sua consciência. Eles são seus amigos. Se vir que seus amigos estão do lado de fora, esperando para entrar, imediatamente abrirá a porta. Contudo, se perceber que os seus inimigos estão lá – o medo, dúvida, inveja, ansiedade, preocupações -, você não os deixará entrar.
Quando tiver força interior suficiente, no momento que um pensamento não divino aparecer na sua mente, você não o rejeitará. Você o transformará. (… )
No entanto, quando se é um iniciante, não se deve permitir que qualquer pensamento adentre a sua mente. Ele gostaria que seus amigos entrassem, mas não sabe dizer quem são os seus amigos. E, mesmo que saiba quem são seus amigos, na hora que abrir a porta para eles, poderá descobrir os seus inimigos bem diante de dos amigos e, antes que os amigos possam entrar na sala, os seus inimigos já estarão bem dentro de casa. Uma vez que os inimigos entrem, é muito difícil afugentá-los. Para isso, é preciso da força da disciplina espiritual sólida. Por quinze minutos a pessoa pode acalentar aspiração divina, pensamentos espirituais e, depois, num segundo, um pensamento não divino entra e a sua meditação é arruinada. Portanto, o melhor é não permitir quaisquer pensamentos durante a meditação.
Silêncio exterior ou mental e meditação – a concentração
por Patanga Cordeiro
A nossa mente fica bastante agitada quando recebe estímulos constantes.
Por exemplo, como você se sente ao o computador ou telefone, ou no escritório quando todos estão falando, atendendo o telefone, etc, ou no barulho do trânsito?
Como você se sente nas montanhas? Como se sente nos domingos ao caminhar na rua? Ao tocar um instrumento musical com toda a sua atenção?
Podemos trazer esse silêncio exterior para dentro através da prática constante de meditação. A concentração é o primeiro passo na meditação, e envolve silenciar a mente na medida do possível. Tente ter apenas um pensamento ou um foco. Isso é concentração. Algumas pessoas se sentem em paz após fazer algo que exige uma intensa concentração. Eu sou uma delas. Desde tocar um instrumento musical difícil, escrever um artigo ou mesmo assistir um desenho animado numa língua estrangeira que esteja aprendendo, tudo isso me traz mais para dentro. Treina a minha mente para fazer uma coisa apenas. Concentrar.
No silêncio da concentração, a meditação acontece mais facilmente. E repetimos parte do poema que abriu este artigo:
“Pare de falar,
Permaneça em silêncio.
Deus falará e Deus aprenderá
Por você.
Você aprenderá tudo
Que só Deus sabe.”
Uma vez que esteja imbuído dessa sabedoria divina, ela lhe mostrará a melhor forma de lidar com a falta de silêncio exterior que presenciamos em diversos momentos do dia. Basta ficar atento e atendê-la. Mais importante ainda, ela mostrará como trazer à tona o seu silêncio interior, que frutifica em paz, beleza e satisfação.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
A melhor resposta que tenho até agora veio do meu professor, Sri Chinmoy: a coluna deve estar ereta. A partir daí, tenho sentido que o resto é acessório. Acessório até porque a meditação não depende completamente das circunstâncias exteriores. Ela acontece quando a nossa aspiração interior se incendeia e sobe alta e brilhante. É aí que as portas interiores se abrem. A aspiração vem do nosso coração e alma, e pode ser instigada pelo Mestre espiritual. No entanto, ela pode ser apoiada por coisas externas. Por exemplo, o corpo saudável, até mesmo um pouco atlético, será um auxílio, uma fundação sólida, para a nossa chama de aspiração que sobe e arde. Igualmente, uma postura adequada pode auxiliar a sua coluna a ficar ereta e o corpo melhor preparado para manifestar a sua aspiração na meditação.
Formas mais comuns de se sentar para meditar:
Meditar sentado no chão de pernas cruzadas
Você pode cruzar as pernas e manter a coluna ereta. Você também pode tentar colocar um dos calcanhares sobre a coxa da outra perna. Isso ajuda a ficar mais fácil manter a coluna reta. Outra coisa é sentar-se na ponta de uma almofada, o que rotaciona o quadril para frente e facilita a postura correta. Abaixo alguns acessórios que podem auxiliá-lo:
Almofadas para meditação
Usar uma almofada de meditação ajuda a erguer o quadril. Quando isso acontece, fica mais fácil manter a espinha reta. É por isso que muita gente gosta de usar almofadas para meditar. Escolha uma de altura adequada para você. Cada um prefere uma altura diferente, de acordo com o seu alongamento e outros fatores. Há diversos tipos de almofadas para meditar:
Zafu
Almofada no estilo japonês, redonda, com enchimento de estopa bem compactada. Você deve sentar-se na ponta da almofada, aproveitando o ângulo que o canto arrendondado proporciona para deixar o seu quadril alinhado.
Tijolo de yoga
É um bloco pequeno, de cerca de 30cm x 10cm x 10 cm de espuma bem dura.
Almofada improvisada
Você pode tentar qualquer coisa em casa – o importante é que dê certo para você. Travesseiro, retalho de carpete (é o que eu uso), etc.
Banquinhos para meditação
Estilo zazen
Com esse banco, você fica sentado de joelhos, mas o banco apoia o seu quadril. Assim, o peso são fica nas suas pernas.
Cadeira
Você pode usar uma cadeira que goste para meditar.
Não há problema nenhum!
Banco sentado
Trata-se de uma almofada com um apoio longo de costas acoplado. Algumas são dobráveis e portáteis.
Meditação em pé
Como você tem que sustentar muito do seu peso, não posso recomendar meditar em pé em primeiro lugar. Mas, se estiver cansado de sentar, pode tentar ficar de pé um pouco, ou caminhar de uma forma mais meditativa.
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.
Lembro de um dia em que estava deitada no sofá e sentia que não conseguia ficar em paz interior, eu costumava não parar de pensar a todo o momento, era como se estivesse sendo bombardeada por pensamentos, pensava especialmente no trabalho, durante o trabalho, fora do trabalho, aos finais de semana, pensava em como conseguiria finalizar tal projeto, na minha carreira, planejava os próximos anos…Não havia espaço para amigos, família ou mesmo para mim. Quando tinha tempo para descansar, não conseguia, era como se estivesse num inferno, pois não conseguia desligar e isso me angustiava. Então dormia, tentava dormir ao máximo, o quanto podia. Lembro que aos sábados dormia praticamente o dia inteiro e quando não estava dormindo, estava comendo “besteiras” e bebendo bebida alcoólica, porque as vezes não conseguia dormir direito ou não descansava o bastante, e a bebida era o que me “ajudava” a esquecer um pouco de tudo o que estava acontecendo dentro de mim. Lembro que às vezes estava com o meu marido no carro ou em casa e ele estava falando várias coisas, como foi o dia, o que aconteceu, etc…E eu não estava lá, várias vezes ele ficou chateado por isso e parou de falar, com isso fomos nos afastando.
Neste dia em que estava deitada no sofá percebendo que não estava em paz, comecei a sentir a paz, acredito que tenha sido por segundos, como um presente e consegui adormecer como uma criança que está protegida e se sente acolhida pelos pais. Foi muito bom! Lembro que foi por pouco tempo. Demorei bastante a perceber que talvez viver dessa forma não fosse normal, aparentemente estavam todos pensando como eu, posso dizer que foi um processo. Mas o que me ajudou mesmo foi o meu marido, pois percebo hoje que, quando as coisas não vão bem na nossa vida, isso é apenas um reflexo do que devemos mudar. Como estava absorta no mundo em que criei, ele foi se afastando, começamos a brigar, até que percebi que eu deveria mudar a forma como estava agindo. Eu não queria me separar, pois o amava de uma forma que não sei explicar. Ele me ajudou muito no processo de autodescoberta, aprendi muito com ele, com esses conflitos cheguei ao fundo do posso, era como se estivesse totalmente despedaçada e agora tivesse de juntar as peças novamente. Foi então que comecei a realmente a buscar por algo, percebi que com esse processo a pessoa que existia estava morrendo.
Foi um longo processo até chegar a meditação, mas posso dizer que foi bom, aprendi muito com tudo que me aconteceu e hoje valorizo cada momento de paz que sinto e desejo me expandir cada vez mais. A meditação é um processo de autoconhecimento, sempre me questionei sobre quem eu era realmente, sobre o que estamos fazendo aqui na terra, qual o propósito das nossas vidas aqui, não fazia muito sentido dormir, acordar, trabalhar, fazer as atividades sociais e depois repetir isso por toda a vida. Havia alguns momentos felizes, mas me questionava se era apenas isso. Buscava incessantemente por algo, mas não sabia o que. Lembro que li um poema de Khalil Gibran que dizia assim:
“Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.”
Me identifiquei, pois já estava começando a me desconectar das crenças que haviam em mim. E me deparava com momentos de liberdade e leveza ao observar as coisas ao meu redor e me sentir presente. “Algumas máscaras já haviam sido roubadas”, mas ainda restavam algumas. Acredito que as mais difíceis de retirar. Até que encontrei a meditação. O Centro de meditação Sri Chinmoy, fornece cursos que são realmente gratuitos para quem deseja aprender a meditar. Foi interessante a coincidência, pois estava lendo o livro comer, rezar e amar, onde a protagonista encontrava algumas pessoas que tinham um mestre espiritual. Fiquei com aquilo em mente, encontrei um documentário do mestre espiritual Yogananda no Netflix e comecei a buscar por meditação na internet. Havia pedido para Deus mostrar meu caminho e propósito de vida.
Comecei o curso e tudo fazia sentido. Desde o primeiro dia comecei a meditar como era pedido e percebi as mudanças ao longo do tempo. Os primeiros meses foram bem difíceis, mas não desisti. Hoje, me sinto outra pessoa. Toda a inquietação e a compulsão por pensar foram embora e no lugar ficou a paz. A paz de estar no momento presente. A paz se saber quem sou. Todas as máscaras se foram, todas as que me faziam viver daquela forma. Agora, me sinto feliz e em paz.
A meditação é uma dádiva divina. Ela simplifica nossa vida exterior e energiza nossa vida interior. A meditação nos traz uma vida natural e espontânea, uma vida que se torna tão natural e espontânea que não podemos respirar sem estarmos conscientes de nossa própria divindade.” – Sri Chinmoy
Patanga começou a prática diária de meditação aos 19 anos de idade sob a orientação de Sri Chinmoy. Encarando a meditação como uma das facetas da vida, a corrida, música, jogos de tabuleiro, escrever, emprego e amor ao próximo foram surgindo — e algumas bastante desafiadoras, como a ultramaratona de 10 dias de duração.
Ele trabalha como servidor público e desde 2003 é professor voluntário nos cursos de meditação do Centro Sri Chinmoy, dando aulas também na USP, Unicamp, UFPR, UFSCar, BB e CEF.