by Patanga Cordeiro | Aug 11, 2019 | Diversos, Histórias pessoais - diário
por Thamara Paiva
Correr é uma forma de meditação. Quando você está correndo, é só você com seu piloto interior. É seu piloto interior com Deus. É uma profunda entrega a você mesmo, e quanto mais você corre mais forte você fica – tanto fisicamente como interiormente.
A corrida é algo que nos leva pra outro lugar. A gente sente uma felicidade tão genuína que muitas vezes é difícil tentar explicar para outras pessoas. Só quem corre sabe, é preciso correr pra entender. Depois que eu comecei a meditar eu passei a entender melhor o que acontece.
Corrida e meditação são duas ações que estão profundamente relacionadas. Quando comecei a fazer o curso de meditação no centro Sri Chinmoy em Dublin aprendi na prática o significado de que correr é uma forma de meditação.
Eu estava em fase de treinamento para minha primeira maratona. Era o sonho da minha vida de corredora, e eu ia realizá-lo naquele ano. Eu era extremamente dedicada aos treinos, seguia minha planilha sem faltar nenhum dia. Podia estar chovendo, podia estar um friiiio de congelar, naquela capital cinza e gelada que é Dublin, que eu ia, sem desculpa e muito feliz. Cada dia era um novo passo que estava me levando ao meu sonho.
Nos primeiros dias de curso eu achava curioso – quando os alunos de Sri Chinmoy perguntavam como estava nossa meditação diária ao chegar na minha vez uma das meninas já logo falava: “Ah! Você nem conta, você corre todos os dias!”. E eu corria mesmo, mas além de correr eu também meditava. No início eu não entendia muito bem porque ela falava aquilo… eu ainda não tinha feito a associação profunda da corrida com a meditação.
Talvez porque eu estivesse tentando pensar racionalmente. Não dá para pensar apenas: meditação, antes ou depois da corrida? Meditação não é alongamento. Você medita antes, durante e depois da corrida.
E foi só depois de alguns meses de prática diária de meditação e uma entrega profunda aos ensinamentos de Sri Chinmoy que eu pude realmente sentir o que ela quis dizer quando falou que correr é uma forma de meditação.
O efeitos dos exercícios de meditação durante a corrida
A primeira prova que fiz na Irlanda foi em Dingle. Uma meia maratona em uma paisagem simplesmente deslumbrante. Eu sonhava há meses com essa meia maratona. Ela acontece numa estrada que é um dos cartões postais da Irlanda. O único dia do ano em que ela é fechada pra carros é no dia dessa prova. Só atletas correndo por aquele cenário que é um quadro divino. Era mesmo um sonho.
Eu não conhecia ninguém que estava fazendo a prova. Foi uma das viagens que eu adoro fazer com minha única companhia: Deus, e o desafio de me conhecer ainda mais.
O percurso da prova tinha algumas boas subidas e eu fui fazê-la apenas com uma certeza: aproveitar cada instante daquela oportunidade. E nem nos meus mais lindos sonhos poderia ter tido a criatividade de imaginar tudo que Deus me proporcionou naquele dia.
Enquanto eu corria percebi que estava fazendo um dos exercícios de meditação que eu tinha aprendido em um livro de Sri Chinmoy.
Comecei a olhar para a vastidão do céu e imaginava que eu era o céu, que eu fazia parte dele. Depois eu olhava toda a natureza à minha volta e sentia que eu também era cada uma das árvores, das folhas, do verde. Depois o percurso me levou até aquele oceano lindo e azul que passava do meu lado esquerdo. E eu sentia que eu me tornava uma com o oceano. Quanto mais eu imaginava que eu era cada um desses elementos, eu me tornava um com eles, eu ficava mais forte.
Em alguns momentos eu não sentia que estava correndo, eu estava voando, leve como um pássaro. E comecei a imaginar então que não era eu quem estava correndo. Quem corria era a minha alma e alma não sente dor, alma não cansa… a alma simplesmente voa. Voa de uma forma sublime. Então, Deus começou a correr por mim. E cada vez que eu mergulhava nisso tudo eu sentia mesmo meu corpo desaparecer. Não tinha dor. Nem mesmo nas subidas. Era uma sensação de leveza e aquela felicidade que já tomava conta de mim sempre que eu corria ficava ainda maior, ela tomava conta de todo o meu ser.
Eu corri praticamente sem olhar o tempo no relógio. Eu me entreguei ao melhor que eu poderia ser, à minha força interior, à Deus. E quando vi eu tinha feito meu melhor tempo em meia maratona da vida. Com vontade e pernas para correr ainda alguns outros quilômetros. Foi inesquecível. Foi maravilhoso. E para os meus treinos de maratona foi ainda mais inspirador. Lembro que no dia seguinte eu cheguei em Dublin e corri outros 21km pela cidade. Aquela felicidade ainda tomava conta de mim.
Meditação diária e treinos para maratona
Os treinos para a maratona estavam apenas começando. Estavam por vir aqueles dias mais cansativos. Assim como nem todo dia ganhamos ótimas meditações, na corrida também é igual: nem sempre a gente tem um ótimo dia de treino. Até para quem ama correr, alguns dias são difíceis de conciliar no trabalho, na família, ou até mesmo pela (falta de) motivação.
E foi num desses dias difíceis que eu recebi mais um presente da meditação na minha corrida.
Eu trabalhava em Dublin em uma lanchonete, geralmente minha escala era nos finais de semana, mas alguns dias me pediam para ir durante a semana também. Como eu precisava muito daquele dinheiro, eu aceitava. Mesmo sabendo que isso poderia comprometer minhas aulas na escola e meu treino para a maratona – já que meus treinos eram sempre de manhã.
Fui escalada pra abrir a lanchonete, entrei às 6h e (para a minha não sorte) acabei tendo que fechar também e ficar até 16h30. O trabalho era em pé, andando de um lado pro outro. Talvez eu tenha sentado uns 30 minutos para almoçar, e só. Era início da semana e meu corpo ainda estava sentindo o trabalho do fim de semana.
Por coincidência, era o mesmo dia do curso de meditação e eu ainda tinha um treino de tiro para fazer (10km). Comecei a fazer as contas: sempre que eu ia correr 10km eu separava 1h, mesmo que precisasse de menos. O curso ia terminar às 21h e depois disso eu ia treinar, ia chegar em casa umas 23h para acordar cedinho no dia seguinte. Não estava disposta a perder nem a meditação nem o treino. Para otimizar o tempo eu fui para o curso de meditação com a roupa de treino para começar a correr de lá mesmo.
Naquele dia a minha mente estava cansada. Além disso, aquele trabalho baixava muito as minhas energias. Mas meu corpo estava pedindo para correr.
Nesse dia eu recebi mais um presente porque a minha meditação foi tão boa que dela eu tirei uma força que eu nem sabia que tinha. O treino foi um dos melhores que eu tinha feito nas últimas semanas. Depois que eu vi a minha velocidade no relógio e a média da velocidade do treino eu fiquei assustada comigo mesma e no quão rápido eu podia correr. Eu só agradeci, agradeci e agradeci por toda aquela graça que eu estava recebendo.
Se eu tivesse deixado espaço para a minha mente ganhar voz das duas uma: ou eu não teria ido na meditação ou eu não teria feito o treino. Depois de fazer tudo que fiz, se fosse pensar muito naquilo que ainda tinha que fazer e no amanhã, minha mente teria desculpas suficientes para me fazer desistir de algum deles. Porque tudo isso pode ser demais pra uma mente que pensa apenas no mundo exterior.
Eu fui pra casa depois do treino explodindo de alegria e de gratidão no coração. Eu vi que realmente o nosso limite está apenas na nossa mente. Muitas vezes nós não sabemos a força que temos, mas ela está lá no fundo do nosso coração, às vezes escondida… só querendo um espacinho para vir à tona. E a meditação te ajuda a encontrá-la, te ajuda a tirar todas as camadas que estão encobrindo-a. Cada uma no seu tempo. Mas hoje vejo que apenas com a meditação e com os ensinamentos de Sri Chinmoy eu consegui abrir meu coração para tudo isso.
Com Sri Chinmoy eu aprendi que a corrida interna é a mais importante, mas a corrida
externa ajuda nesse caminho espiritual e que cada vez que corremos mais rápido na corrida interior mais resultados vemos em nossa vida exterior. É só termos coragem para nos entregarmos.
by Patanga Cordeiro | Aug 1, 2019 | Diversos

Quando leio algumas histórias de Sri Chinmoy ou quando me recordo das minhas memórias com ele, uma coisa que sempre vejo repetir com seus discípulos é que ter uma consciência doce e infantil (não me refiro a ser infantil como sendo bobo) é uma importante e talvez uma vantagem essencial.
Quando eu estou em uma consciência mais infantil, tudo parece mais espiritual, naturalmente espiritual ou divino. Quando eu estou em uma consciência mais séria, as coisas podem facilmente parecer como um problema ou eu sinto como se estivesse tendo uma febre mental.
Descobri que existem alguns caminhos que me ajudam a entrar em uma consciência mais infantil, como:
● Meditação. Quando realmente acontece funciona muito bem. Porém, eu não posso contar que eu vou ter boas meditações a qualquer hora que eu quiser. Eu as tenho, mas me parece que elas vêm mais como presentes incondicionais do que por conta do meu know-how de meditação.
● Outra forma é passar um tempo com crianças. Isso realmente funciona pra mim.
● E uma terceira forma é fazer atividades que crianças gostam de fazer, fazendo de mim uma criança, por assim dizer.
Sri Chinmoy desafiou suas capacidades com vários projetos (como sua série Sonhadores-Arco-íris), os quais incluem feitos como corrida, pulos, malabarismos, pinturas e etc. Mas não foi só isso, em seus feitos também incluem jogos de crianças, como piões, bolinha de gude e por aí vai.
Parece que sempre gostei de brincar desses jogos (mesmo depois de já ter passado dos meus 30 anos), mas talvez a falta de companhia ou excesso de rigidez mental não me deixou ver a ação da disciplina benéfica do ato de jogar regularmente.
Identificando-se com crianças
De uns anos pra cá, tivemos alguns pais começando a participar dos encontros em nosso centro de meditação Sri Chinmoy em São Paulo.
Eu naturalmente percebi e entendi, considerando a perspectiva do longo e solene silêncio de meditação e sérias conversas espirituais, que as crianças também se sentiam em casa.
Mas não há tanta coisa que você você pode conversar com crianças. Crianças parecem não ter, na maioria das vezes, interesses nas discussões, conclusões, finais e raciocínios que nós muitas vezes tentamos alcançar enquanto estamos conversando com outros sobre assuntos espirituais ou não.
Eu gosto muito de ouvir sobre experiências de outras pessoas no caminho espiritual, mas acho que quando eu mesmo ou outros tentamos raciocinar ou explicar ou ensinar alguém sobre tópicos espirituais, há geralmente raciocínio desnecessário e às vezes viagem do ego. Nós somos todos buscadores, está tudo perfeitamente bem em apenas tentar e falhar…
Mas sempre procuro simplesmente faz algo que me faz sentir realizado, infantil e espontâneo, isso me parece muito mais alinhado com os ensinamentos de Sri Chinmoy e um melhor uso de tempo e energia.
Então, a fim de nos identificarmos com nossas crianças recém-chegadas, nós criamos um interesse comum: jogar jogos!
Finalmente eu encontrei alguém que realmente entendia quão importante é jogar e eles também encontraram um adulto (talvez isso seja uma afirmação qualificada) em mim alguém que realmente entendia o quanto jogar era mais importante do que outras coisas chatas e sérias que não fazem ninguém realmente feliz.
A propósito, existe uma anedota interessante dita por Sri Chinmoy em seu livro “Asas da Alegria”, na qual um reconhecido e sábio cientista cujo nome era Dr. Satyendranath Bose declina em presidir um conselho científico porque ele havia prometido jogar com as crianças – um de seus passatempos favoritos, o qual deu a ele mais satisfação do que presidir conselhos científicos.
Quanto a mim, eu sinto que venho aprendendo com as crianças e seus pais lições que estavam atrasadas há um tempo em meus anos como um buscador espiritual e discípulo de Sri Chinmoy.
Então, simplesmente por ficar com eles eu pego muito mais espontaneidade, alegria e bons sentimentos. Às vezes, quando eu penso nas crianças com quem eu brinco, eu uso um apelido secreto: professores.
Pois acho que aprendo mais e mais rápido com a honestidade e busca sincera de alegria e felicidade delas do que quando tenho conversas espirituais ou um pouco espirituais – embora eu ache as conversas muitas vezes elevadas, importantes e gratificantes. Quero dizer apenas que a experiência com as crianças nos últimos anos tem aparentemente me proporcionado mais oportunidades de progresso do que as conversas.
Jogos que jogamos
Nós temos um grande número de jogos, e escolhemos jogar de acordo com a idade e afinidades pessoais.
Meus jogos favoritos são os jogos esportivos infantis que eu jogava na rua quando eu era criança: o número um é definitivamente esconde-esconde (no qual um dos nossos pais está invicto até hoje); o número dois talvez seja futebol; nós também temos uma variação de críquete que somente as crianças jogam aqui no Brasil; nós também fazemos batalhas usando elásticos como munição para serem jogados um no outro (eles não machucam de forma alguma).
Então, vem as atividades internas, como os jogos de tabuleiro. Se você conhece somente Monopoly, Palavras-cruzadas, eu posso assegurar que você está perdendo algo muito divertido e inspirador nos dias atuais, chamados de jogos de tabuleiro “modernos”.
Eu poderia recomendar alguns títulos básicos que vão levar sua mente longe quando você jogar, como:
– Jogos competitivos:
● Ticket to Ride
● One Night Ultimate Werewolf
● Tresure Island
– Jogos cooperativos:
● Ubongo
● Animal Upon Animal (ou Rhino Hero Super Battle)
– Jogos de adivinhar:
● Concept
● Mysterium (ou Dixit ou ao invés desse, o When I Dream)
– Jogos storytellings:
● Stuffed Fables
● Mice and Mystics
– Para as crianças mais “crescidas” existem alguns jogos sérios, históricos e temáticos, como:
● Freedom: The Underground Railroad (como contemporâneos de Lincoln fazendo sua parte para abolir a escravidão)
● Black Orchestra (sobre patriotas alemães tentando parar com as atrocidades do Nazismo na Segunda Guerra Mundial)
Esses jogos fazem você pensar na situação do mundo e no cuidado do Supremo para isso, entrando em contato com a história e possíveis mecanismos e desafios que os herois históricos encontraram.
Eu amo todos esses jogos, então eu poderia explicar um por um. Mas, primeiro, basta dizer que eles são totalmente divertidos e envolventes, e eles nos fazem sentir bem e construir ótimas memórias com nossos amigos.
Segundo, cada tipo de jogo vai trazer às crianças novos conceitos ou aguçar aqueles já existentes (como cooperação para um objetivo, habilidades de leitura, destreza, história do mundo, etc).
Eu também gosto às vezes de colorir desenhos de animais. Eu posso tentar desenhar também, mas isso não me atrai tanto quanto um bom jogo de tabuleiro ou brincar de esconde-esconde.
Resultados de jogar jogos na vida cotidiana
Nós também tivemos experiências que as crianças começaram as ter melhores relacionamentos e uma melhora em situações difíceis na escola simplesmente por pegarem alguns de nossos jogos de tabuleiro para usá-los durante um momento de recreação. De repente, todos se tornaram amigos e isso deixou todos felizes!
Com os jogos de tabuleiro, você terá uma biblioteca não de livros, mas de desculpas para ter alegrias inocentes com pessoas que você gosta. E, como uma biblioteca de livros, e diferente dos video games, depois de 40 anos, você ainda será capaz de pegar seus jogos da prateleira e ter um momento perfeitamente bom.
Eu joguei tanto video game na minha fase de crescimento que acho que isso atrapalhou meu desenvolvimento como criança e mais tarde como um buscador da vida espiritual. Isso mais me parece agora como uma tremenda perda de tempo (quando eu olho pra trás, eu não aprendi nenhuma habilidade cultural na minha fase de crescimento: nenhuma música, línguas, nenhum esporte, nem artes – apenas vídeo games).
Eu imagino que equipamentos eletrônicos deixam a mente tão inquieta e reativa que o coração acha difícil vir à tona – completamente o oposto da meditação. É o que parece para mim.
Mesmo nos dias atuais, eu acho que se eu ler muitos livros eu me sinto muito bem em vários aspectos, mas se eu gasto um longo tempo no computador ou no telefone celular eu me sinto muito cansado ou inquieto.
De qualquer forma, em uma nota positiva.. eu gostaria de convidar você a olhar em volta e talvez perceber que você está envolto por crianças agora mesmo… eles podem não parecer crianças, mas, assim como eu, eles podem ser apenas uma grande e crescida criança que esqueceu quem ela realmente é. Eu não acho que teria essa noção se não fosse pelo constante exemplo e orientação interior de Sri Chinmoy.
by Patanga Cordeiro | Sep 20, 2018 | Diversos
A melhor resposta que tenho até agora veio do meu professor, Sri Chinmoy: a coluna deve estar ereta. A partir daí, tenho sentido que o resto é acessório. Acessório até porque a meditação não depende completamente das circunstâncias exteriores. Ela acontece quando a nossa aspiração interior se incendeia e sobe alta e brilhante. É aí que as portas interiores se abrem. A aspiração vem do nosso coração e alma, e pode ser instigada pelo Mestre espiritual. No entanto, ela pode ser apoiada por coisas externas. Por exemplo, o corpo saudável, até mesmo um pouco atlético, será um auxílio, uma fundação sólida, para a nossa chama de aspiração que sobe e arde. Igualmente, uma postura adequada pode auxiliar a sua coluna a ficar ereta e o corpo melhor preparado para manifestar a sua aspiração na meditação.
Formas mais comuns de se sentar para meditar:
Meditar sentado no chão de pernas cruzadas
Você pode cruzar as pernas e manter a coluna ereta. Você também pode tentar colocar um dos calcanhares sobre a coxa da outra perna. Isso ajuda a ficar mais fácil manter a coluna reta. Outra coisa é sentar-se na ponta de uma almofada, o que rotaciona o quadril para frente e facilita a postura correta. Abaixo alguns acessórios que podem auxiliá-lo:
Almofadas para meditação
Usar uma almofada de meditação ajuda a erguer o quadril. Quando isso acontece, fica mais fácil manter a espinha reta. É por isso que muita gente gosta de usar almofadas para meditar. Escolha uma de altura adequada para você. Cada um prefere uma altura diferente, de acordo com o seu alongamento e outros fatores. Há diversos tipos de almofadas para meditar:
Zafu
Almofada no estilo japonês, redonda, com enchimento de estopa bem compactada. Você deve sentar-se na ponta da almofada, aproveitando o ângulo que o canto arrendondado proporciona para deixar o seu quadril alinhado.
Tijolo de yoga
É um bloco pequeno, de cerca de 30cm x 10cm x 10 cm de espuma bem dura.
Almofada improvisada
Você pode tentar qualquer coisa em casa – o importante é que dê certo para você. Travesseiro, retalho de carpete (é o que eu uso), etc.

Banquinhos para meditação
Estilo zazen
Com esse banco, você fica sentado de joelhos, mas o banco apoia o seu quadril. Assim, o peso são fica nas suas pernas.
Cadeira
Você pode usar uma cadeira que goste para meditar.
Não há problema nenhum!
Banco sentado
Trata-se de uma almofada com um apoio longo de costas acoplado. Algumas são dobráveis e portáteis.
Meditação em pé
Como você tem que sustentar muito do seu peso, não posso recomendar meditar em pé em primeiro lugar. Mas, se estiver cansado de sentar, pode tentar ficar de pé um pouco, ou caminhar de uma forma mais meditativa.
by Patanga Cordeiro | Aug 9, 2018 | Diversos, Meditações diárias

Qual é o significado da vida? A vida é para a absoluta satisfação de Deus o Criador e Deus a criação.
O significado da vida é tornar-se inseparavelmente um com Deus o Deleite transcendental e Deus a Paz universal.
O significado da vida é alcançar auto-doação incondicional e uma vontade de auto-doação, na Hora de Deus, no florescimento pioneiro do Deus-tornar-se.
Vida significa força de vontade, a força de vontade que une o Sorriso-Compaixão descendente de Deus com o choro-aspiração ascendente do homem. Na vida desejo-limitada há uma abundância de regras e regulamentos. Na vida aspiração-liberta há apenas uma regra-arco-íris: a completa fé em si mesmo e a fé sem nascimento e imorredoura em Deus.
A vida é amor: amor animal, amor humano e amor divino. Amor animal é destruição. Amor humano é frustração. Amor divino é satisfação. E amor é a vida em sua excelência, pois ele é a própria existência-realidade.
A vida precisa ter um sonho e uma meta. O sonho e meta de hoje devem ser transcendidos amanhã. Cada sonho gigantesco do homem é a própria Auto-Transcendência de Deus.
Transcendência é o princípio glorioso da perfeição humana. A perfeita perfeição é uma pura satisfação interior e uma certa satisfação exterior.
Qual é o significado da vida e quem sou eu? Desde o passado longínquo essas duas perguntas permanecem uma só. Quem sou eu? Eu sou a Deus-manifestação incompleta da minha vida.
Sri Chinmoy, A peace-collecting pilgrim-soul, Agni Press, 1980
by Patanga Cordeiro | Aug 9, 2018 | Diversos

A espiritualidade possui a chave secreta para abrir a Porda do Divino. Essa chave é a meditação. A meditação simplifica a nossa vida exterior e energiza a nossa vida interior. A meditação nos proporciona uma vida natural e espontânea, uma vida que se torna tão natural e espontânea que não podemos respirar sem estarmos conscientes da nossa própria divindade.
A meditação é um dom divino. Ela é a abordagem direta que leva o aspirante ao Uno de quem ele é descendente. A meditação diz ao aspirante que a sua vida humana é uma coisa secreta e sagrada, e ela afirma a sua herança divina. A meditação lhe proporciona um novo olho para enxergar Deus, um novo ouvido para ouvir a Voz de Deus e um novo coração para sentir a Presença de Deus.
Sri Chinmoy, Meditation: man’s choice and God’s Voice, part 1, Agni Press, 1974
by Patanga Cordeiro | Jun 14, 2018 | Diversos
Uma coletânea de inspiração e um diário para guardar os tesouros do seu dia, com aforismos e textos de Sri Chinmoy e outras personalidades inspiradoras.
Inspirados nos ensinamentos de Sri Chinmoy, organizamos um formato de diário para auxiliá-lo no seu progresso interior.
Por que escrever um diário?
… Durante a sua jornada espiritual, você deve fazer anotações sobre as suas experiências, visões e sentimentos alma-iluminadores. Hoje você está perdido, em tenebrosa noite. Mas dois meses atrás estava na mais clara Luz. Você teve uma experiência maravilhosa. Você viu Krishna tocando flauta bem na sua frente, ou viu uma torrente de Deleite, e toda sua existência se tornou um mar de Deleite. Essas experiências devem ser gravadas no seu diário. Tão logo comece a ler o seu diário, o seu ser interior reagirá de acordo com as mais elevadas experiências que teve há dois meses. O sentimento interior, a alegria interior, a alegria da alma espantará imediatamente seus sentimentos desanimadores de desconsolo, solidão e frustração. Sempre que tiver boas experiências, experiências elevadas, experiências elevadoras durante a sua meditação, faça anotações.
Essas experiências são o alento vivente de nossa existência. Se pudermos reavivar nossas mais profundas e elevadas experiências em nosso momento de frustração, teremos alívio imediato. Tais experiências não estão fundadas em falsidade. Nós realmente tivemos as experiências e elas nos curarão da doença que agora nos aflige. Seremos curados no exato momento.
– Sri Chinmoy, Aspiration-Flames
Abaixo segue uma página do diário:
The fruit of Silence is prayer.
The fruit of Prayer is faith.
The fruit of Faith is love.
The fruit of Love is service.
The fruit of Service is peace.
–Mother Teresa
sinto gratidão espontânea no meu coração e por…
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meu dia será inspirador e repleto de aspiração, e eu…
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algo que senti, li, etc e quero lembrar para sempre…
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amanhã será repleto de oportunidades para o progresso, e eu…
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by Patanga Cordeiro | Jun 4, 2018 | Diversos
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Capítulos do livro
- Liberdade e paz
- O que é yoga?
- Yoga e a vida material
- O caminho e os passos do yoga
- Religião, espiritualidade e yoga
- Deus e os mundos superiores
- Chakras, poder oculto e kundalini yoga
- Mestres verdadeiros e mestres falsos
- Espiritualidade e sociedade
- O fim do mundo, forças malignas e a origem da humanidade
- Meditação
- Alimentação, saúde e esporte
- Vida familiar
- Meditação no trabalho
by Patanga Cordeiro | Mar 21, 2018 | Diversos, Perguntas e respostas

Espiritualidade: apenas para os poucos escolhidos?
palestra de Sri Chinmoy
Espiritualidade: ela é apenas para os poucos escolhidos? A resposta é, ao mesmo tempo, afirmativa e negativa. Os aspirantes abençoados que clamam pela verdade, paz e deleite transcendental são certamente poucos escolhidos. Mas todos os seres humanos, sem exceção, podem nadar no mar infinito da espiritualidade. Contudo, aqueles que tem metas menores, que querem ficar satisfeitos com uma gota de paz, deleite e verdade, infelizmente não poderão estar no mesmo nível dos poucos escolhidos no mundo interior.
Temo agora que os iniciantes e buscadores que ainda não floresceram possam sentir-se desencorajados. Na verdade, de forma alguma pretendo jogar água fira na sua aspiração. Pelo contrário, quero que compreendam que a Meta mais elevada nunca lhes será negada. Mas eles é quem devem cultivar a mais intensa necessidade no mundo da sua aspiração, para alcançar o Além derradeiro.
O que os previne de alcançarem esse Além? É o seu medo. E o que mais? A sua dúvida. Mas devem saber que o medo é o possuidor apenas daqueles que não acreditam em Deus. Já que eles acreditam sim em Deus, e eles tem sim fé em Deus, não precisam e nem devem temer a Altitude transcendental de Deus. Quando se duvidam, subestimam sua própria divindade e superestimam sua realidade-ignorância, menosprezando sua potencialidade interior e exagerando sua insegurança temporária e fugaz. Mas quando duvidam de Deus, é como se estivessem brincando com um balão. O balão-dúvida em breve estourará.
Tenho certeza de que os buscadores iniciantes possuem amor sincero por Deus e tenho certeza de que possuem amor genuíno por si próprios. Seu amor por Deus por fim os transformará em perfeita beleza suprema. Seu amor próprio divino e preenchedor por serem membros úteis e completamente despertos da família humana será manifestado na Terra por Deus. Seu amor é a sua unicidade inseparável com a Luz de Deus e com a sua própria Realidade interior.
Eu gostaria também de falar um pouco sobre os poucos escolhidos. Sua tarefa sublime é realizar a Consciência transcendental e universal de Deus. Seu dever predestinado é revelar e satisfazer Deus na terra. Dentre os poucos escolhidos, o melhor de todos é aquele que incondicionalmente realiza Deus, revela Deus e manifesta Deus à Hora escolhida de Deus, da Maneira própria de Deus.
Os poucos escolhidos, quando olham para frente, descobrem-se já sentados no Barco-Sonho do Supremo. Quando eles olham para cima, descobrem-se sentados no Barco-Vida do Supremo. Quando olham para dentro, descobrem-se sentados no Barco-Alma do Supremo.
O Supremo abençoa o buscador iniciante. O Supremo acalenta o buscador ascendente. O Supremo utiliza o buscador florescente. O Supremo celebra aos céus o buscador realizado. O Supremo oferece-Se completamente ao buscador supremamente realizado que incondicionalmente serve ao Supremo no coração da humanidade.
-Sri Chinmoy
by Patanga Cordeiro | Dec 19, 2017 | Aprendendo a meditar, Diversos
Livro para ensinar meditação e espiritualidade às crianças e filhos
Acesse a página e veja o novo livro que lançamos nesta semana.
by Patanga Cordeiro | Nov 5, 2017 | Diversos
Segue abaixo uma lista com os sites que podemos sugerir para você visitar e encontrar inspiração, motivação e orientação para a sua busca:
A lista também está em hiperlink na página do site meditação brasil.
by Patanga Cordeiro | Sep 20, 2017 | Diversos
Começamos duas postagens de aforismos e meditações nos sites
Esperamos que aproveitem!

by Patanga Cordeiro | Aug 9, 2017 | Diversos, Perguntas e respostas

Pergunta: Como uma pessoa pode ter certeza de que realmente tem aspiração?
Sri Chinmoy: Uma pessoa pode ter certeza de que tem aspiração pelo mero fato da questão ter entrado em sua vida. Você tem aspiração. De outra forma não teria vindo aqui. Teria se tornado um amigo perfeito do desejo. Qualquer um que venha a um lugar espiritual ou queira ver um Mestre espiritual, certamente tem aspiração. Você poderá dizer que algumas pessoas vieram aqui por curiosidade. Mas mesmo na curiosidade há aspiração. Senão a pessoa diria: “Quem se importa com a vida espiritual? Isso tudo é inútil.” Mas se a pessoa tem alguma curiosidade, ela dirá: “Deixe-me ver como um homem espiritual se parece e o que os outros estão fazendo.” A curiosidade é um tipo de avidez sutil, uma avidez inconsciente por aprender algo, por fazer alguma coisa, por se tornar alguma coisa. A curiosidade é a precursora da aspiração. Aqui e ali há muitas, muitas pessoas que são sinceras e uma ou duas que são apenas curiosas. Os muitos que são sinceros serão facilmente capazes de inspirar as pessoas curiosas.
Voltando à sua pergunta, você tem aspiração. Mas se estiver consciente da sua aspiração e confiante disso, fará um progresso melhor. Se tiver dúvida da existência dela na sua vida, não será capaz de marchar como um herói. Você tem aspiração, logo, deve tentar correr tão rápido quanto possível, como um cervo. Se não tentar, irá apenas se arrastar como um carro de boi. Nos é dada a oportunidade de andar devagar ou correr rapidamente. Por favor, tente correr.
by Patanga Cordeiro | Jun 30, 2017 | Diversos
por Patanga Cordeiro
Separei uma história da minha vida para contar para vocês. Mas, se esperam começar a meditar para conseguir passar no vestibular, talvez fiquem surpresos, pois não é como parece. A história vai além disso. Curioso(a)? Leia em frente.
Minha história começa enquanto trabalhava de dia e fazia à noite faculdade particular de sistemas de informação. Eu estava me programando para estudar para passar no vestibular na Universidade Federal do Paraná, que além de gratuita e de qualidade, ficava a poucas quadras de casa. Isso foi logo depois de eu ter visitado meu professor de meditação Sri Chinmoy em Nova Iorque pela primeira vez, em 2005.
Fazia já uns 4 anos que tinha terminado o ensino médio, então as matérias não estavam frescas na cabeça. Fiz a minha matrícula no cursinho Dom Bosco, que eu já tinha feito na época do ensino médio, mas, como não havia mais tempo e nem dinheiro, escolhi fazer o super intensivo, que é um cursinho de um mês apenas de duração, logo antes do vestibular.
Voltando da minha viagem com propósito espiritual, onde meditamos um bocado, por sinal, eu me sentia extremamente feliz. Tão feliz que ficou muito fácil definir prioridades. Aí vem a primeira surpresa da história: comecei a faltar as aulas na faculdade. Enfim, eu tinha coisas mais importantes para fazer, como participar das reuniões do nosso Centro de Meditação, aprender e decorar canções e mantras novos, praticar música, traduzir livros sobre meditação, correr, etc. Tudo isso era muito mais importante que as aulas. E eu me sentia cada vez mais feliz e satisfeito fazendo essas coisas. Fica difícil usar outras palavras, mas quem sabe “estar apaixonado por Deus” é uma maneira viva de descrever como eu me sentia. Era um sentimento de satisfação tangível, que fazia com que a minha intuição sobre o que fazer, falar ou escolher ficasse bem natural. Isso vai fazer todo o sentido no final da história.
Outra coisa que ajudou é que eu fazia muitas traduções dos livros de Sri Chinmoy, e por isso fui obrigado a aprender a escrever português corretamente (que foi um enorme desafio, acreditem!) e ajudou bastante na redação e na disciplina de português.
Começando o cursinho pré-vestibular
Chegou a época de começar o cursinho super intensivo – aulas à noite, só durante 4 semanas.
No mesmo ritmo de antes, participando das atividades quase diárias da meditação faltei quase todas as aulas do cursinho pré-vestibular, exceto as de matemática, que tinham peso dois para o vestibular do meu curso. Eu estudava no trajeto de ônibus entre o trabalho e as atividades da meditação. Isso é, quando não me enfezava e ia aprender mais canções ao invés de ficar estudando fórmula de Bhaskara. Eu chegava até a orar: “Supremo, se eu passar em segunda chamada, sétima chamada, ou qualquer chamada, já está mais que bom – passando já vai ser um milagre!”
No dia da prova do exame vestibular
Peguei a minha bicicleta e fui até o local de prova. Amarrei ela num poste e parei para meditar por uns minutos antes de me dirigir à sala. Logo senti novamente uma felicidade muito grande. Fui um dos últimos, e entrei na sala com o sorriso amplo (eu não sou de sorrir muito), e vi o rosto meio desesperado dos colegas na sala. Sorri para os que me olharam, desejando-lhes em silêncio o melhor.
Fiz a prova rapidamente, e fui um dos primeiros a entregar a prova e sair da sala. Eu nunca fui inteligente ou estudioso, nunca tive as melhores notas na escola, e faltei na maior parte das aulas do cursinho, mas, ainda assim, pensei novamente: “Supremo, quem sabe na segunda chamada eu passo – se Você quiser, se achar que mereço, Você me passará!”
O resultado do vestibular
As semanas se passaram enquanto esperava o resultado. Acho que foi no domingo de manhã, antes da divulgação oficial do resultado do vestibular, que recebi uma ligação do cursinho: “Sr. Patanga? O senhor foi aprovado em primeiro lugar no seu curso no vestibular! Gostaríamos que comparecesse aqui para fazermos uma gravação para a TV.” Eu perguntei se seria uma entrevista para conversar sobre o assunto, compartilhar como cheguei lá, mas me informaram que não teria conteúdo – seria só eu segurando algum tipo de troféu, uma propaganda para o cursinho. Então agradeci o convite e recusei, pois tinha coisas melhores para fazer com o me domingo do que só mostrar a cara na TV.
Desligando, o telefone, eu não fiquei emocionado, nem feliz, nem nada. Parei pensativo. Peraí! Eu nunca estudei muito (mas estudei um pouco, quando dava), faltei quase todas as aulas (menos as mais importantes), e estava cheio de coisas que considerava mais importantes para o meu “eu” de verdade, que são as coisas da minha vida espiritual – ou seja, o vestibular realmente estava em segundo plano. Ainda assim, não só passei no vestibular da universidade federal, como passei em primeiro lugar!
Eu parei e pensei: “Deus, se Você queria me passar no vestibular, podia ser até em último lugar… porque em primeiro, então?” A conclusão que cheguei é que, se eu tivesse passado em último lugar talvez eu desse razão para outra coisa: tinha estudado um pouco, estava tranquilo no dia da prova, a competição podia estar mais fraca naquele ano, sorte nas perguntas que apareceram na prova, etc. Mas tirar primeiro lugar não se justificaria com isso. Ele foi um milagre. Claramente Alguém queria que eu soubesse que Algo especial havia acontecido. Senti também que foi uma confirmação que Ele quis me dar, dizendo que eu deveria continuar com a minha postura de priorizar a vida espiritual acima de todas as coisas. “Buscai o Reino de Deus e as suas coisas, e tudo o mais seguirá.”
Quando faço que eu posso,
O meu Amado Supremo faz por mim
O que eu não posso.
– Sri Chinmoy
No entanto, deixo uma recomendação: não vão parar de estudar por aí! Eu contei a minha história – a SUA história não será igual à minha. O que é importante é ouvir a sua voz interior. Não a sua voz de preguiça, nem a sua voz de grandiosidade. A voz do coração é sublime, sutil e poderosa. Ela quer a sua felicidade. A forma mais fácil de aprender a ouvir a voz do coração é através da prática espiritual, seja a oração ou meditação diária, como a primeira atividade do seu dia, logo após acordar.