by Patanga Cordeiro | Jul 14, 2014 | Histórias

Against one’s inner courage, death itself contends in vain.
Contra a nossa coragem interior, a própria morte luta em vão.
– Sri Chinmoy
Trilha sonora: por favor leia este texto enquanto escuta a gravação gratuita de Sri Chinmoy tocando órgão de igreja pela primeira vez na sua vida! Mais sobre ela no fim do texto.
CORAGEM, CORAGEM, CORAGEM!
Para quem ela falta, parece algo enorme, uma conquista gigantesca!
Mas não é! A CORAGEM é o nosso direito de nascimento! Veja bem, há um força espiritual que nos faz existir – sem ela, somos um monte de matéria estática, uma marionete sem um artista. Essa força é TUDO. Sem o TODO o indivíduo não existe. É como falar que somos todos parte de Deus. É claro que somos! Existe algum lugar onde Deus não está? Se você encontrasse algo sem Deus, aquilo imediatamente passaria a fazer parte de você, dos seus pensamentos e, portanto, de Deus.
E, se o nosso Criador é todo Coragem, assim como ele é Beleza, Perfeição, etc, a Coragem é nosso direito de nascimento… os filhos herdam as posses dos pais!
Courage is the most devoted servant of one’s own faith in oneself and God.
Coragem é o mais devotado servo de nossa fé em nós mesmos e em Deus.
– Sri Chinmoy

CORAGEM e CAPACIDADE
Coragem e capacidade são coisas distintas! Uma coisa é conseguir fazer, outra coisa é saber o que fazer, e a terceira coisa é ter a coragem.
Honestamente, já não sabemos o que fazer em qualquer situação (pensemos bem)? Ou já não temos capacidade para agir (pensemos de novo)? Ou, na verdade, só não temos a CORAGEM para fazer o que é certo? (seja honesto(a))
A coragem é exatamente aquilo que usamos quando vamos entrar na piscina. Tudo está certo, falta só entrar na água geladinha!
Uma vez que tomamos a coragem e mergulhamos, saímos nadando, e a água nem parece fria – na verdade, é uma delícia!
A CORAGEM não é algo que temos que POSSUIR! A CORAGEM temos apenas que EXERCITAR! É igualzinho pular na piscina! Ninguém está pronto para pular na piscina! Só respiramos fundo, 1, 2, 3… e pulamos! A satisfação é nossa!

CORAGEM E CAPACIDADE SÃO COISAS DISTINTAS
A música que sugeri ouvirmos enquanto lemos esta página é Sri Chinmoy, já com 55 anos de idade, tocando pela primeira vez um instrumento musical – e, na verdade, em uma performance pública. Foi a primeira vez que se sentou diante de um órgão. Entendeu a mensagem!?
There is no other way to please your inner self than to be, yourself, a perfect emblem of courage.
Não há outra maneira de agradar o seu Eu interior senão ser, você mesmo, um perfeito emblema da coragem.
– Sri Chinmoy

CALL HAS COME, CALL HAS COME, LORD SUPREME’S CALL
(a faixa gratuita 27 é a gravação da música com essas palavras)
(partitura)
Sri Chinmoy reconta uma história onde Sri Ramakrishna subia ao telhado da sua moradia e chorava e chamava por seus discípulos que ainda não tinham conhecido o Mestre. Esses discípulos estavam destinados a vir até o Mestre, mas a ignorância os estava impedindo. Certamente, algumas dessas almas destinadas a encontrarem um Grande Mestre como Sri Ramakrishna não o encontraram e ficaram chafurdando no lodo do mundo exterior de prazer, conforto, apego, vazio interior e insatisfação.
Sri Ramakrishna teve a coragem de subir ao telhado e ser chamado de louco por quem não o compreendia em sua sabedoria divina. Ele teve os frutos da sua ação.
Os discípulos dele que o encontraram e tiveram a coragem de fazer aquilo que era certo para eles se tornaram imortais na história da humanidade, sendo conhecidos como santos, ou mais ainda (como Swami Vivekananda). Eles também tiveram frutos.
E os discípulos que não tiveram a coragem para encarar os desafios e transcender a “vidinha” ficaram no lodo das emoções, dúvida e satisfação superficial e vazia das tentações. Também eles se depararam com os frutos da sua falta de coragem.
Nota pessoal: enquanto escrevo, rezo humildemente pela Graça do Divino, para que a minha vida nunca passe em vão por falta de coragem! Afinal, a Perfeição também é um direito de nascimento – esforcemo-nos por ela!!!

Gift of sight:
Universal beauty.
Gift of night:
Universal peace.
Gift of humanity:
Universal sorrow.
Gift of divinity:
Universal smile.
-Sri Chinmoy, Three Hundred Sixty-Five Father’s Day Prayers, Agni Press, 1974
by Patanga Cordeiro | Jun 27, 2014 | Meditação, Perguntas e respostas
por Patanga Cordeiro
É muito comum que nós buscadores procuremos livros e comecemos a sua busca alimentando a mente com pensamentos e ideais divinos.
(Sugestão: leia livros de verdadeiros Mestres espirituais realizados ou de devotos muito avançados.)
Mas a busca não é algo prático? De que adianta ler coisas? Devemos praticar, não?
Claro que sim! Mas até mesmo grandes Mestres, como Sri Ramakrishna, que era praticamente analfabeto, conheciam os livros de tanto ouvir e contar as histórias neles contidas.
A meditação não acontece na mente. Isso é fato.
Mas se nós não alimentarmos a mente corretamente – isto é, com o conhecimento e luz corretos – a mente pode se tornar nossa inimiga! Após algumas mal-sucedidas tentativas de meditar, podemos começar a pensar que não nascemos pra isso, que não estamos fazendo nada certo… Mas, ao ler os ensinamentos do nosso Mestre (ou até mesmo de outro, em alguns casos – é comum no início), podemos nos deparar com o fato de que no princípio todos passaram por dificuldades similares, e até que os próprios Mestres passaram por isso durante a sua busca. Swami Vivekananda, por exemplo, passou por meses de “aridez espiritual”. Quem já passou por dias assim sabe como é difícil – tudo parece sem valor, não sentimos nada em nosso coração. Mas passa.
Assim, a leitura não irá nos trazer a realização última. Mas ela nos ajudará indiretamente, ao trazer orientação e serenidade para a nossa mente e indicar boas práticas para um buscador. Num momento de “aridez espiritual”, você pode ler algo que fará as suas lágrimas psíquicas verterem como uma fonte de aspiração.
Você estudou livros sobre Deus e disseram-lhe que Deus está em todos. Mas não realizou Deus em sua vida consciente. Para você, isto é tudo especulação mental. Mas, quando se é Deus-realizado, sabe-se conscientemente o que Deus é, com que Ele Se parece e o que Ele deseja. Quando alcança a Auto-realização, você permanece na Consciência de Deus e fala com Deus face a face. Você vê Deus no finito e no Infinito, vê Deus como pessoal e impessoal. Isto não é alucinação mental nem imaginação, é realidade direta. Essa realidade é mais autêntica do que a visão que tenho de você diante de mim. Quando alguém fala com um ser humano, há sempre um véu de ignorância – escuridão, imperfeição, desentendimento. Mas entre Deus e o ser interior de alguém que O realizou, não pode haver ignorância e nem véu algum. Portanto, poderá falar com Deus mais claramente, mais intimamente, mais abertamente do que com um ser humano.
– Sri Chinmoy, o Mestre e o Discípulo
by Patanga Cordeiro | Jun 27, 2014 | Aprendendo a meditar, Meditação
por Patanga Cordeiro
Você é todo beleza, todo eterna beleza,
Onde quer que eu pouse meus olhos.
Pergunto: Você sempre bebe o néctar
De sua Forma-Existência
Que jaz à vista de meus olhos?
As ondas de melodia
E as doces e melodiosas canções
Que criam ressonância sublime,
Ó Amado, Você as ouve
Através dos meus ouvidos?
– Sri Chinmoy, a Fonte da Música

Entoar mantras é uma prática ancestral. Há um ramo da prática espiritual chamado de mantra yoga. Certas tradições do passado não possuem mais valia hoje e devem ser transformadas. Mas, se Mestres do passado ensinaram esse tipo de prática, devemos dar ouvidos e verificar se ainda possui significado.
E descobriremos que entoar mantras ainda hoje possui grande significado. Mestres modernos como Sri Ramakrishna e Sri Chinmoy até mesmo usaram canções mântricas, que podem ser cantadas ao invés de simplesmente entoadas. Essas canções possuem ainda mais valor, pois a melodia com a qual o mantra foi imbuído adiciona uma dimensão extra, uma densidade espiritual maior.
O dicionário possui o significado de muitas palavras. Mas um mantra vai além do significado associado pelo dicionário. Ao entoar um mantra, a realidade interior ressoa em nós. Nossa realidade interior reage e vibra e vem à tona com o entoar dos mantras. É diferente de pensarmos em algo. A realidade em si é que vibra com o mantra. Mesmo sem sabermos o significado de um mantra, obtemos o resultado com o seu entoar. (E é por isso que só podemos entoar mantras reais e não “inventados”)
Eu mesmo dificilmente “entoo” mantras. Normalmente, quando o faço, uso o mantra “Supreme”. Supreme é como Sri Chinmoy se refere a Deus em Seu Aspecto Auto-Transcendente, e também como um filho se dirige ao Pai – não simplesmente chamando-o de senhor, mas sim de “papai”.
(Se você tem interesse em entoar mantras, sugiro o “mantra japa”, descrito no livro Meditação)
Mas eu gosto muito de “cantar” mantras! As canções mântricas são tão belas, lentas ou rápidas, alegres ou solenes, mas sempre sublimes!
Ao invés de explicar, sugiro que você mesmo tenha a experiência. Cante várias vezes essas canções, até decorá-las. E cante-as durante o seu dia, antes da sua meditação, no caminho para o trabalho e mesmo em silêncio, dentro de si, quando não puder cantar.
Deixo aqui algumas gravações sugeridas. São todos muito fáceis.
(página de downloads dos mantras, no fim da página)
by Patanga Cordeiro | Jun 20, 2014 | Diversos, Meditação
por Patanga Cordeiro,
com a aparição especial do bichinho colorido…
(e me desculpem se ele pula muito)

As caretas da idade
Nunca afetarão a beleza
De um coração de criança.
Sri Chinmoy, Seventy-Seven Thousand Service-Trees, Part 15, Agni Press, 1999
Sri Chinmoy não foi o primeiro Mestre a deixar clara a importância de termos uma postura pura, inocente, cheia de entusiasmo e novidade e sem preconceitos – justamente como uma criança. O Cristo, ao falar aos seus discípulos sobre quem seria o maior no reino dos céus, disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus.”
Nossa vida parece perfeita até certo momento, não? Qual momento é esse? Pense comigo: quando nos sentimos responsáveis pelas nossas vidas e pelo nosso futuro. E quando isso acontece? Quando nossa mente começa a substituir o nosso coração (não falo das emoções, mas sim do coração espiritual).
O coração é sublime. Ele nunca se cansa. Não julga mal. Ele depende de seu Pai divino para tudo e, portanto, nada teme. É alegre. É gentil. É dinâmico. É entusiasmado e entusiasmante. Ele enxerga o mundo através da sua unicidade com o mundo. São qualidades que toda pessoa espiritual irá valorizar muito.
Pobre mente. Ela não é má, mas somente sabe como dividir as coisas até que fiquem do tamanho que ela possa digerir. E, aí, claramente, seu julgamento não será certeiro. E nós sofreremos. Nos sentiremos separados da Fonte, do Pai, que é a nossa segurança, e, frustados por não conseguirmos satisfação genuína, ficaremos entristecidos ou culpando o mundo.
Sugiro um exercício para meditar no coração, do livro Asas da Alegria:
Durante a meditação, sinta que você é uma criança num jardim florido. Esse jardim de flores é o seu coração. Uma criança pode brincar nesse lugar por horas, indo de flor em flor. Ela não deixará o jardim, pois se alegra com a beleza e fragrância de cada flor. Imagine que em seu interior há um jardim, e que você pode permanecer nele o quanto quiser. Assim você poderá meditar no coração. – Sri Chinmoy, as Asas da Alegria
by Patanga Cordeiro | Jun 15, 2014 | Histórias
Coração, Religião, “Guru”
traduzido por Patanga Cordeiro
(…)
Através dos séculos, cada Mestre espiritual da mais alta ordem ofereceu algo único. Quatro mil anos atrás, Sri Krishna ofereceu sua mensagem suprema à humanidade, ao mundo todo: “Quando o dharma, o código da vida interior, declina, e a falta de retidão prevalece, Ele, a Consciência infinita, encarna a Si mesmo em forma humana, para transformar as tendências malévolas em nós e satisfazer a Realidade em nós.”
Então o Senhor Buddha, dois mil e quinhentos anos atrás, veio com uma mensagem muito especial: “O Caminho do Meio”. Não chafurde nos prazeres dos sentidos e, ao mesmo tempo, não procure a austeridade: não siga nem o caminho da gratificação dos sentidos e nem da mortificação dos sentidos. Cada buscador deve encontrar um equilíbrio, seguindo o caminho do meio. A transformação do nosso eu inferior e a manifestação do nosso eu mais elevado devem ocorrer simultaneamente, mas sem utilizarmos a gratificação dos sentidos ou a mortificação dos sentidos. Essa foi a mensagem do Senhor Buddha.
Dois mil anos atrás o Cristo, o Salvador, veio à arena-mundo. Sua mensagem suprema foi: “Eu sou o caminho, eu sou a Meta.” Aqui “o caminho” representa aspiração e “a Meta” representa salvação. É através da aspiração que se alcança a mais elevada salvação. A aspiração de hoje se transforma na salvação de amanhã.
Desejo mencionar outro Mestre espiritual da mais elevada ordem. Seu nome é Sri Chaitanya. Sua mensagem foi a pureza e o amor – pureza no amor, amor na pureza. Quando alguém alcança pureza no amor e amor na pureza, então ele desfruta divinamente do Deleite, que é a nossa Fonte, nossa eterna Fonte.
Milhares de anos atrás, os Videntes Védicos do passado ancestral ofereceram uma mensagem significante: “Do Deleite viemos a existir. No Deleite crescemos e, ao fim da nossa jornada, para o Deleite nos retiramos.”
Sri Ramakrishna veio com uma mensagem muito significante. Sua mensagem para a humanidade foi: “Chore, chore como uma criança por sua mãe. O coração de uma criança pode facilmente conquistar o Amor, Compaixão, Divindade e Imortalidade da Mãe. Chore, chore como uma criança, uma criança inocente. A Mãe Suprema certamente lhe concederá a iluminação da Altitude mais elevada.”
Então veio Sri Aurobindo, com a mensagem da vida divina, com a mensagem da transformação da natureza. Aqui na terra é onde o físico deve ser transformado, é aqui na terra onde a mensagem da Divindade deve ser manifestada. A transformação da natureza humana e a purificação de todos os membros devem ocorrer aqui na terra, para que a Imortalidade possa encontrar seu devido lugar na estrutura física.
Desde então, muitos Mestres espirituais aqui no Ocidente e também no Oriente ofereceram sua luz à humanidade aspirante. Cada Mestre espiritual tem algo para contribuir ao mundo todo, de acordo com a sua própria realização, sua própria receptividade e com a receptividade do mundo.
Em Sua infinita Generosidade, Deus me deu a oportunidade de servir a humanidade aspirante. Temos um caminho nosso, que é o caminho do amor, devoção e entrega. Para os que seguem o nosso caminho, a necessidade suprema é amor, devoção e entrega: amor divino, devoção divina, entrega divina.
O amor que prende e cega é o amor humano. O amor que expande e ilumina é o amor divino.
Devoção no físico nada é senão apego. Quando somos devotados ao mundo-sentidos, ao mundo-ignorância, não se trata de devoção, mas de apego. Quando usamos o termo ‘devoção’, ele deve ser aplicado apenas ao Divino em nós, à Realidade Suprema em nós. Somos devotados a uma causa mais elevada, a um ideal mais sublime.
A entrega humana é a entrega de um escravo ao senhor. A entrega divina é a entrega da nossa realidade impura, obscura, não-iluminada à nossa realidade completamente iluminada, completamente divinizada e completamente perfeita. O mais baixo em nós se rende à nossa realidade mais elevada. Não é uma entrega imposta, não é uma entrega forçada sobre nós. É a entrega baseada em nosso sentimento de unicidade inseparável com nossa existência-Realidade mais elevada. O finito em nós alegremente, devotadamente, com toda a alma e incondicionalmente se entrega ao Infinito em nós. A gota de água se entrega ao poderoso oceano e, assim, perde sua individualidade e personalidade e se torna o próprio vasto oceano. Igualmente, nós, que agora estamos na consciência finita, aprisionados nessa consciência finita, um dia seremos completamente livres e libertos e realizaremos a eterna Realidade-Liberdade que no mundo interior eternamente somos.
– Sri Chinmoy
Universidade de Maryland
18 de Outubro de 1975
Sri Chinmoy Speaks, part 3
by Patanga Cordeiro | Mar 11, 2014 | Histórias

compilação de aforismos de Sri Chinmoy
AS ESPADAS
A espada de sabedoria avisa.
A espada de aspiração protege.
A espada da vida ensina.
A espada do amor aperfeiçoa,
ilumina e preenche.
THE SWORDS
The sword of wisdom cautions.
The sword of aspiration protects.
The sword of life teaches.
The sword of love perfects,
illumines and fulfils.
Sri Chinmoy, The Wings Of Light, Part 8, Agni Press, 1974
TWO SWORDS
Aspiration-flame
Is the sword
That separates
Knowledge-Light
And
Ignorance-night.
Realisation-sun
Is the sword
That unites the cry of the finite
And
The Smile of the Infinite.
You simply cannot imagine
How proud God is of you
For your faith-sword
And surrender-shield.
Sri Chinmoy, Twenty-Seven Thousand Aspiration-Plants, Part 50, Agni Press, 1984
Powerful is his success,
Fruitful is his progress
Because he has become
The naked sword
Of his own conscience-light.
Sri Chinmoy, Ten Thousand Flower-Flames, Part 63, Agni Press, 1983
Wisdom-heart tells me
That it has its purity-sword
To challenge ignorance.
Sri Chinmoy, Twenty-Seven Thousand Aspiration-Plants, Part 268, Agni Press, 1998
Do not be afraid
Of your mind’s ruthless division-sword.
The sword will ultimately surrender
To your hero-warrior-heart.
Sri Chinmoy, Twenty-Seven Thousand Aspiration-Plants, Part 146, Agni Press, 1991
by Patanga Cordeiro | Mar 11, 2014 | Aprendendo a meditar, Histórias
textos de Sri Chinmoy compilados e traduzidos por Patanga Cordeiro
O meu início foi o meu fim
Quando pensei
Que podia fazer tudo sozinho.
Meu fim foi o meu início
Quando senti
A Graça de Deus agir em e através de mim.
O intermédio foi preenchedor
Quando descobri
Que meus braços e pernas são feitos
Da Luz-Compaixão de Deus.
Sri Chinmoy, The Wings Of Light, Part 8, Agni Press, 1974
Uma grande personalidade espiritual indiana, ao ser perguntada por seus discípulos sobre quantos anos de prática esforçada trouxeram a ela a Realização plena, simplesmente caiu na risada.
“Pratiquem! Minhas crianças, aquilo a que vocês chamam de prática, nada é senão seu esforço pessoal. Quando eu estava no mesmo estágio que vocês, não realizado, eu pensava e sentia que meu esforço pessoal era noventa e nove por cento, e que a graça de Deus era um por cento, e não mais. Mas minha completa estupidez morreu no momento em que a auto-realização nasceu. Então, para minha surpresa, eu senti, vi e realizei que a Graça do meu misericordioso Senhor era noventa e nove por cento, e que o meu débil esforço pessoal era um por cento. Mas a minha história não termina aqui. Por fim, eu percebi que aquele meu um por cento também era o incondicional e devotado cuidado do meu Pai Supremo por mim. Minhas crianças, vocês sentem que a realização-Deus é uma corrida que exige muito esforço. Isso não é verdade. A realização-Deus é sempre uma Graça que vem das alturas.”
Sri Chinmoy, Commentary On The Bhagavad Gita, Agni Press, 1971
by Patanga Cordeiro | Feb 21, 2014 | Diversos
Para quem deseja começar a fazer exercícios físicos, deixo algumas dicas e sugestões aqui.
by Patanga Cordeiro | Feb 13, 2014 | Aprendendo a meditar, Diversos
Mens sana in corpore sano é um ditado do latim bem conhecido, que diz que a mente, para ser sadia, precisa de um corpo sadio.
Mas, no âmbito interior, os esportes vão além do conceito de saúde. Auto-transcendência, disciplina, entusiasmo, alegria e inocência são todas qualidades importantes para uma vida espiritual e são todas encontradas no mundo dos esportes. E fazem parte de ser realmente sadio.
“In the heart of action is the silence of meditation, and in the heart of meditation is the dynamism of action.” – Sri Chinmoy
Eu (que estou escrevendo este artigo), recentemente completei uma prova de 10 dias de corrida, percorrendo 570 quilômetros. Meu amigo Adriano Passini está treinando para a travessia do Canal da Mancha. Tudo isso é louvável e traz enormes transformações. Mas você não precisa ficar assustado. O mais importante é se exercitar. A quantidade é algo que vai vir naturalmente. E o resultado, que é inocência, paz, pureza, você vai sentir em meros dez minutos depois de começar a se exercitar.
Disciplina todos temos. Você também! Você não escova os dentes todos os dias? Toma banho todos os dias? Come todos os dias? Vai ao trabalho/aula todos os dias? Então você é disciplinado! É só uma questão de considerar a prática de exercícios como algo igualmente necessário. E é!
No livro Sport and Meditation, de Sri Chinmoy, o famoso corredor Paul Tergat conta:
“Sri Chinmoy estava tão certo no que me disse antes da Maratona de Nova Iorque – que eu deveria me concentrar até a última milha. Certamente foi a corrida mais dura da minha vida. Até o fim não sabíamos quem ia vencer a prova.
“Eu acredito que há um propósito por detrás da capacidade que eu recebi para minha vida atlética: que eu utilize o esporte com a postura correta e para benefício da minha vida interior. É por conta dessa capacidade que eu pude continuar até agora. Sem esse poder mais elevado, eu poderia facilmente ter declarado “Sim, eu quebrei recordes mundiais, corri bem” e então ter me aposentado cinco anos atrás.
“… portanto, o esporte está realmente vindo à tona para o desenvolvimento do mundo.” – Paul Tergat
Não se intimidem por ler isso vindo de um campeão. Isso vale para todos – você, eu e todos nós.
Prehi, abhihi, dhrishnuhi.
Go forward, fear not, fight.
Siga em frente, não tema, lute.
– Upanishads, traduzido por Sri Chinmoy / Patanga Cordeiro
by Patanga Cordeiro | Jan 29, 2014 | Diversos, Meditação
por Patanga Cordeiro, com respostas e aforismos de Sri Chinmoy
Yoga (ou ioga) é um termo do sânscrito que significa “união”, em particular união com nosso verdadeiro “eu”. No latim, de onde a palavra religião origina, “religare” quer dizer “reunião”. Assim, vemos que yoga e religião possuem metas que levam à mesma direção.
Três formas de yoga
Em particular, há três formas de yoga (ou ioga) que são encontradas nas religiões e caminhos espirituais: jnana yoga (ir além da mente), bhakti yoga (devoção), karma yoga (ação).
Hoje em dia, yoga é comumente associada com uma série de exercícios físicos, buscando equilíbrio dos nervos e proporcionando saúde. Mas quando se fala em espiritualidade, yoga não está relacionada com exercícios físicos. É uma questão de busca interior, de prática espiritual (como a oração e a meditação). Os exercícios físicos são agrupados de maneira geral como hatha yoga e servem para trazer saúde e estabilizar nosso sistema nervoso. Mas, por si só, não levam o ser humano à sua meta. É necessário exercitar nossa aspiração e transcender limitações internas e externas, através dos tipos de yoga tradicionais. Hatha yoga e os tipos de yoga espiritual são complementares.
Sri Chinmoy explica belamente no aforismo abaixo sobre hatha yoga e raja yoga (parte do jnana yoga), e seu papel complementar:
Hatha yoga é purificação física.
Raja yoga é preparação mental.
Hatha yoga tenta controlar o corpo.
Raja yoga tenta despertar a alma.
Os fracos precisam de Hatha yoga para se tornarem fortes.
Os fortes precisam de Raja yoga para se tornarem vitoriosos.
Sri Chinmoy, God’s Hour, Agni Press, 1973
Meditação, Oração e o Yoga
A meditação em si toma parte auxiliando o buscador em todas as formas do Yoga. Meditação é ir além da mente (jnana yoga). Meditação é devoção (bhakti yoga). Meditação é ação (karma yoga).
Então, a meditação em si não é o caminho, mas a meditação (e a oração) é quem nos faz trilhar o caminho do yoga até alcançarmos a nossa Meta derradeira.
textos de Sri Chinmoy
Hatha Yoga
Hatha yoga é purificação física.
Raja yoga é preparação mental.
Hatha yoga tenta controlar o corpo.
Raja yoga tenta despertar a alma.
Os fracos precisam de Hatha yoga para se tornarem fortes.
Os fortes precisam de Raja yoga para se tornarem vitoriosos.
Sri Chinmoy, God’s Hour, Agni Press, 1973
Pergunta: A meditação que você oferece para as pessoas que participam das suas sessões, é ela Yoga, ou estamos falando de outra coisa?
Sri Chinmoy: É Yoga. Yoga inclui oração e meditação e espiritualidade em geral. Com certeza estamos praticando Yoga. Yoga é uma palavra do sânscrito que significa união consciente com Deus. Alcançamos nossa união consciente com Deus através da nossa oração, meditação, aspiração e etc.
O que é Yoga ou Ioga?
O que é Yoga? Yoga é a linguagem de Deus. Se queremos falar com Deus, temos de aprender a Sua linguagem.
O que é Yoga? Yoga é aquilo que revela o segredo de Deus. Se queremos conhecer o segredo de Deus, temos de mergulhar no caminho do Yoga.
O que é Yoga? Yoga é o Alento de Deus. Se queremos enxergar através dos Olhos de Deus e sentir através do Seu Coração, se queremos viver no Sonho de Deus e conhecer a Realidade de Deus, se queremos possuir o Alento de Deus e, finalmente, se queremos nos tornarmos o Próprio Deus, o Yoga nos chamará.
Yoga é união. É a união da alma individual com o Eu Supremo. Yoga é a ciência espiritual que nos ensina como a Realidade Última pode ser realizada na vida.
O que temos de fazer é aceitar a vida e satisfazer o Divino em nós mesmos aqui na Terra. Isso só se consuma ao transcendermos nossas limitações humanas.
Yoga nos diz o quão longe progredimos com relação à realização-Deus. Ela também nos conta sobre nosso papel destinado no Drama cósmico de Deus. A palavra final em Yoga é que cada alma humana é um representante divino de Deus na Terra.
Foquemos agora a nossa atenção no aspecto prático do Yoga. Há vários tipos de Yoga: Karma Yoga, o caminho da ação, Bhakti Yoga, o caminho do amor e devoção e Jnana Yoga, o caminho do conhecimento. Esses três são considerados os mais importantes tipos de Yoga. Há outros tipos significativos de Yoga, mas são ramos desses três, ou então tipos muito similares.
Esses três yogas servem como os três portais principais para o Palácio de Deus. Se queremos ver e sentir Deus da maneira mais doce e íntima, temos de praticar Bhakti Yoga. Se queremos realizar Deus na humanidade através do nosso serviço altruísta, temos de praticar Karma Yoga. Se queremos realizar a sabedoria e glórias do Eu transcendental de Deus, temos de praticar Jnana Yoga.
Uma coisa é certa. Esses três caminhos nos levam à realização-do-Eu na realização-Deus, e à realização-Deus na realização-do-Eu.
Sri Chinmoy, Yoga And The Spiritual Life. The Journey of India’s Soul., Agni Press, 1971
Pergunta: Você inclui Yoga na prática da sua fé?
Sri Chinmoy: Sim. Na minha fé, Yoga é tudo. Amor, devoção e entrega são formas de Yoga.
Sri Chinmoy, Obedience: a supreme virtue, Agni Press, 1977
Kriyayoga (Kriya yoga)
Yoga de ação.
No Yoga de ação, o coração entregue do buscador é uma conquista inestimável.
Sri Chinmoy, The Core Of India’s Light, Part 4, Agni Press, 1992
Pergunta: A prática de Kriya Yoga acelera (esse/o) processo?
Sri Chinmoy: Sim, certamente. A prática de Kriya Yoga certamente acelera e adianta o processo. Assim como outros ramos do Yoga, Kriya Yoga acelerará a jornada espiritual. Realmente depende do buscador. Se você gosta de Kriya Yoga mais do que outros Yogas, você tem a perfeita liberdade para praticar Kriya Yoga. Se alguém gosta de outra forma de Yoga, naturalmente essa pessoa praticará essa Yoga. Não importa qual Yoga você seguir, se for sincero, genuíno e altruísta, estará fadado a alcançar a meta mais cedo.
Sri Chinmoy, My heart’s salutation to Australia, part 1, Agni Press, 1976
Pergunta: Mestre Chinmoy, você nos explicaria brevemente o que é Yoga?
Sri Chinmoy: Yoga quer dizer união. União com quem? União com Deus. Praticando Yoga, isto é, disciplina espiritual, nos unimos com Deus.
Sri Chinmoy, Earth’s cry meets heaven’s smile, part 3, Agni Press, 1978