Quão longe o conhecimento nos leva?

texto sobre autoconhecimento de Sri Chinmoy, traduzido por Patanga Cordeiro

Quão longe o conhecimento nos leva?

Caros buscadores, caros irmãos e irmãs, com o conhecimento, quão longe podemos ir? Com sua bondosa permissão, falarei sobre o tema do ponto de vista rigorosamente espiritual.

O que é conhecimento? Conhecimento é informação. O que é informação? Informação é o interesse voraz do homem no mundo-som.

O que é conhecimento? Conhecimento são as descobertas da mente. Essas descobertas podem estar na mente central, no vital e no corpo. Para a mente, o conhecimento na mente é algo rígido, fixo e complicado. O conhecimento no vital é algo dinâmico, ou então agressivo e destrutivo. O conhecimento no corpo, no físico grosseiro, é algo obscuro e não inspirador.

O que é conhecimento? O conhecimento é o desejo exterior de auxiliar a humanidade, e também seu desejo secreto de se agradar de toda forma possível. O conhecimento é algo que mantem o conhecedor e o conhecido separados. O conhecedor faz o papel de mestre; o conhecido faz o papel de escravo.

O conhecimento é o irmão mais novo da sabedoria. O irmão mais velho, a sabedoria, nos ensina a ser inseparável e eternamente um com a Realidade suprema, com a Realidade Transcendental. O irmão menor, o conhecimento, sente que a Realidade suprema será sempre algo distante. Portanto, ele quer se satisfazer com a realidade menor. O conhecimento quer medir a realidade menor, e por fim ela quer distribuir a realidade menor ao mundo todo de forma infinitesimal.

O que é o conhecimento menor? O conhecimento menor é o conhecimento terra-limitado. O conhecimento menor é o conhecimento que nos diz que pertencemos à noite-ignorância e servimos a noite-ignorância. O conhecimento nos diz que tudo é matéria, dentro e fora de nós. Quando abraçamos o conhecimento da matéria, ansiamos e tentamos, tentamos e ansiamos por nos satisfazer no mundo da busca dos prazeres. Conscientemente ou inconscientemente chafurdamos nos prazeres do pântano-ignorância. Assim como há um conhecimento terra-limitado, também há um conhecimento Céu-liberto. Quando o conhecimento Céu-liberto desperta nas nossas cabeças devotadas e corações entregues, proclamamos como fez o Salvador: “Eu e meu Pai somos um.”

Quão longe o conhecimento nos leva? Não muito longe. Quando começamos com o conhecimento-terra, não podemos nem conseguimos olhar adiante. Estamos presos sempre no ponto de partida. Não podemos caminhar pela estrada da Infinidade e Eternidade. Não podemos caminhar no reino do Espírito Transcendental. Todavia, quando começamos com sabedoria divina e tentamos caminhar pela estrada da Eternidade, vemos que a Margem Dourada está sempre nos chamando e que a distância está sempre diminuindo.

Quão longe o conhecimento nos leva? Quando começamos  com o conhecimento humano, entramos no mundo do lugar-nenhum. Quando começamos com a sabedoria divina, entramos no mundo do todo-lugar. O conhecimento humano é a risada selvagem do possuir. O conhecimento divino é a doce, iluminador e preenchedora canção da libertação e perfeição.

O conhecimento é nosso bom senso. O conhecimento é nosso Divino senso. Com nosso conhecimento humano declaramos que o nosso corpo é tudo, que o físico é tudo. Com nosso conhecimento divino proclamamos Deus como o Todo da nossa Eternidade. Proclamamos Sua constante Auto-Transcendência como o nosso Todo.

O conhecimento humano é a educação do ego-eu consciente ou inconsciente do finito. A sabedoria divina é a educação do Eu-Deus no Infinito. Conhecimento humano pertence ao mundo-desejo, e o mundo-desejo nada é senão um mundo-frustração.

O conhecimento humano nos leva a clamar:

Asato ma sad gamaya
Tamaso ma jyotir gamaya
Mrtyor mamrtam gamaya

Conduza-me do irreal para o Real.

Conduza-me da escuridão para a Luz.

Conduza-me da morte para a Imortalidade.

O conhecimento divino nos inspira a proclamar:

Anandaddhyeva khalvimani butani jayante
Anandena jatani jivanti
Anandam prayantyabhisamvisanti

Viemos do Deleite.

No Deleite crescemos.

Ao fim da nossa jornada ao Deleite nos retiramos.

O conhecimento-Deus nos diz que cada buscador deve sentir sua unicidade inseparável com seu Piloto Interior. Em sua unicidade interior, ele proclama ao mundo todo que é o amante divino da Eternidade e que Deus, seu Piloto Interior, é o Amado Supremo da Eternidade.

Sri Chinmoy, The oneness of the Eastern heart and the Western mind, part 2, Agni Press, 2004

Frases sobre autoconhecimento

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Aforismos sobre autoconhecimento de Sri Chinmoy, traduzidos por Patanga Cordeiro

Frases sobre autoconhecimento

 

A minha aspiração me diz

            O que é a compaixão.

A compaixão me diz

            O que é auto-conhecimento.

O auto-conhecimento me diz

            O que é mestria-de-si.

A mestria-de-si me diz

            O que é auto-suficiência.

Auto-suficiência me diz

            O que é unicidade.

Sri Chinmoy, The Wings of Light, part 19, Agni Press, 1974

Auto-conhecimento

É a completa libertação

Da exigência-ignorância.

Do livro Ten Thousand Flower-Flames, part 51

A paz não pode ser encontrada

Antes do auto-conhecimento conquistado.

Do livro Four Hundred Blue-Green-White-Red Soul-Birds, part 1

Você chama isso de auto-conhecimento,

Mas eu chamo de auto-conquista.

Você chama isso de auto-conquista,

Mas eu chamo de banquete-deleite.

Você chama de banquete-deleite,

Mas eu chamo de Ninho-Deus.

Do livro Ten Thousand Flower-Flames, part 7

O conhecimento é bom. A sabedoria é infinitamente melhor. Auto-oferecimento ao Senhor Supremo é o melhor de tudo.

Do livro Seventy-Seven Thousand Service-Trees, part 13

A partir da auto-observação

Você descobre

Que você e a sua mente

São surpreendentemente imperfeitos.

A partir do auto-conhecimento,

Você descobre

Que você e a sua alma

São surpreendentemente e constantemente

Perfeitas.

Do livro Ten Thousand Flower-Flames, part 29

Se você não sabe

O que fazer consigo,

Tente duas coisas simples

Que lhe proporcionarão alegria ilimitada:

Pense na beleza

Do seu auto-conhecimento,

Pense no dever

Do seu conhecimento-Deus.

Do livro Ten Thousand Flower-Flames, part 12

Você diz que não tem nada a fazer.

Eu lhe digo:

Estude o livro do auto-conhecimento.

Você se tornará a mente-grandeza

E

O coração-bondade.

Do livro Ten Thousand Flower-Flames, part 13

Assim como a educação não progrediu muito em alguns grupos retrógrados, também o cultivo do Auto-Conhecimento não fez muito progresso na humanidade obscura.

Sri Chinmoy, Eternity’s Breath, Sri Chinmoy Lighthouse, New York, 1972

 

Experiências no caminho do autoconhecimento

Experiências de autoconhecimento

Quanto tentamos enxergar fundo dentro de nós, quanto tentamos viver uma vida interior, podemos encontrar muitas dificuldades. Dizemos, “Veja, Deus, agora que nos voltamos a Você, temos de passar por tantos testes!” Não encontrando saída, ficamos perturbados. Mas por que deveríamos? Não nos falham a memória as tristezas da vida. Antes de entrarmos para a vida espiritual, o sentimento de vazio era nosso companheiro constante. Agora estamos numa posição melhor já que temos a capacidade de reconhecer o tigre feroz da mundanidade. Encaremos a inquietação e fraqueza como testes.”

Sri Chinmoy, Yoga and the spiritual life. The journey of India’s Soul., Tower Publications, Inc., New York, 1971

Hoje estava terminando meu horário de meditação. Alguns pensamentos me atrapalhavam muito. Eram coisas que me deixavam irritado.

De repente, por qualquer milagre que tenha ocorrido, me lembrei do texto acima, que havia lido uns dois dias antes. E tive a experiência. Eu olhei para mim mesmo e percebi que não era eu quem estava incomodado, mas sim minha mente ou emoções, meu ego, ou algo afim. Senti a luminosidade dos escritos.

Nesse momento, me dissociei um pouco, como quem pensa “grande coisa se você gosta disso ou não gosta daquilo. A realidade é maior do que isso que você enxerga.” Senti uma serenidade, e minha visão até mudou o foco. Tudo ficou mais bonito, como se estivesse num lugar que eu gostava muito de estar. E estava. Estava no meu altar de meditação, olhando para a foto do meu Mestre, com uma moldura nova dourada, em cima da mesa que meu pai me fez, meu nome espiritual escrito nela, o livro de orações aberto em frente, o incenso que me presentearam aceso.

Parte da série sobre autoconhecimento

Insights sobre o homem

Pergunta: Como você explicaria a queda do homem?

Sri Chinmoy: Todos os dias somos atacados pela dúvida; todos os dias somos inspirados e energizados pela . Quando somos atacados pela dúvida, percebemos que a nossa consciência baixa. Não conseguimos expandir. Duvidamos da nossa própria capacidade, mesmo da nossa própria existência. Quando a dúvida entra na nossa mente de manhã cedo, fica impossível sairmos do nosso pequeno quarto mental. Contudo, quando somos inspirados e energizados pela fé, sentimos que o mundo inteiro nos pertence.

Cada ser humano aqui possui dúvida e fé. Quando usa o seu instrumento dúvida, ele sente que tudo na sua vida fica circunscrito. O seu progresso é sobrestado. Mas, quando usa o outro instrumento, a fé, ele sente que está voando no mais alto plano de consciência e cantando a canção do sempre-transcendente Além.

Todos os dias podemos nos limitar ou nos libertar. Cantamos a canção das amarras consciente ou inconscientemente quando alimentamos a dúvida abundante dentro de nós. Caímos da árvore-realidade seguidamente quando brincamos com a nossa amiga-dúvida. E, quando mergulhamos fundo e trazemos à tona a nossa fé coração-iluminadora e alma-manifestadora, escalamos alto, mais alto, altíssimo na árvore-realidade.

Pergunta: Como podemos ter harmonia em nosso ser quando há movimentos conflitantes em nosso interior?

Sri Chinmoy: Para adquirir harmonia, é preciso de paz de espírito. Para ter paz de espírito, é preciso orar e meditar o com toda a sinceridade no Piloto Interior, que criou a necessidade de harmonia interior. Se orar corretamente, a paz de espírito e harmonia serão refletidas em todos os seus movimentos externos. Quando a mente tem paz, sempre há harmonia em todas as atividades que acontecem no ser.

É melhor meditar na natureza ou na cidade?

Donna Halper: Com relação à meditação (e tenho certeza de que há muitas pessoas interessadas em saber o mesmo), tenho pensado nisto: qual é a diferença entre o que se pode chamar de meditação secular – ou seja, simplesmente ir para algum lugar afastado que seja agradável e tranquilo, guardando bons pensamentos – e a meditação que você faz com o seu tipo de música e coisas desse tipo? Há alguma diferença entre elas, ou são ambas simplesmente passos pelo mesmo caminho?

Sri Chinmoy: Se algumas pessoas sentem paz de espírito vivendo em áreas mais rurais e tendo vidas mais tranquilas, isso lhes é bom. Outras pessoas podem querer vivenciar uma vida mais disciplinada. Elas sentem que a meditação é algo muito sagrado; não é algo casual. Para essas pessoas, é recomendável que meditem com máxima concentração e numa sala de meditação. Se é numa cidade ou numa zona mais rural, isso não importa. Essas pessoas certamente farão progresso mais rápido que aquelas que vão para o campo e apreciam a beleza e pensam bons pensamentos. Mas ambas as estradas levam ao mesmo destino.

Aprendendo meditação com Sri Chinmoy

 

 

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Donna Halper: Você diz aos seus alunos como devem meditar, ou eles escolhem por conta própria a melhor forma?

Sri Chinmoy: Exteriormente eu lhes dou orientações muito gerais, porque a forma de meditação de cada pessoa é única e pessoal. Pela Generosidade infinita de Deus, eu tenho a capacidade de ensinar, interiormente, as suas almas a meditar. Cada discípulo meu aprende então a sua melhor forma de meditação com sua própria alma. Eu também escrevi consideravelmente sobre a meditação e as diversas técnicas interiores, e portanto eles podem ler os meus escritos.

 

Donna Halper: Para uma pessoa que está completamente sozinha e gostaria muito de meditar, há algo com que possa começar sem frequentar uma escola ou encontrar um professor para aprender?

Sri Chinmoy: Sim, claro. Ela pode ler alguns livros espirituais para se instruir e começar a meditar em casa. A melhor coisa a se ter é uma mente repleta de paz – ou seja, não permitir que quaisquer pensamentos entrem na mente. Mas a pessoa verá que alguns pensamentos entram apesar dos seus melhores esforços. Assim, é necessário fazer uma seleção e permitir que apenas os bons pensamentos permaneçam na mente. Os pensamentos ruins serão descartados assim que possível. Permitindo que apenas os pensamentos bons permaneçam, ela será capaz de obter uma certa paz de espírito. Meditação é paz na mente e bem-aventurança no coração.

 

Donna Halper: Você trouxe uma questão à tona. Facilmente consigo ouvir as pessoas dizendo por aí: “É ótimo sentar-se e pensar bons pensamentos e coisas do tipo. Mas, e quando estamos inseridos na vida material e tudo está um caos, foi um dia ruim no escritório, seu chefe gritou com você, etc.? Como é possível ter os bons pensamentos numa hora como essa?”

Sri Chinmoy: Na maior parte dos casos, a manhã indica como será o dia. De manhã, antes de começarmos a correria do dia, antes de sairmos de casa e entrarmos nas atividades do dia, se meditarmos devotadamente por alguns minutos, certamente obteremos uma certa paz interior. Essa paz levaremos em nossos corações quando formos ao escritório ou adentrarmos as variadas atividades e confusão do dia a dia. Poderemos trazer à tona essa paz interior quando precisarmos dela. Assim seremos de fato capazes de controlar a situação.

 

Donna Halper: Acho que há um tremendo precedente para isso. Se eu lembro corretamente, na Bíblia é dito que a melhor hora para se orar é pela manhã, pois, se começar o seu dia pensando nas coisas espirituais, isso o carregará pelo restante do dia. O que você diz na verdade não é muito diferente do que chamamos de religião ocidental.

Sri Chinmoy: Não há tanta diferença entre religião ocidental e oriental quanto as pessoas pensam. Somos todos filhos de Deus. Falamos diferentes línguas, mas, quando se trata do coração – o seu coração, o meu coração, o coração dela –, estamos todos afinados. É a mente que cria os problemas. O coração aspirante se comunica conscientemente com a alma, e a alma é o representante de Deus. Há sempre uma verdade incipiente dentro de todos nós. Quando se trata de verdadeira espiritualidade, não há barreiras geográficas – ocidente e oriente, norte e sul. O que existe é a unicidade do coração. É através da unicidade do nosso coração que nos satisfazemos e a Deus em e através de nós.

 

Donna Halper: Quando uma pessoa se envolve mais na espiritualidade, isso levaria a que, digamos, esteja se tornando menos presa a coisas como preconceitos. Portanto, ela não teria sentimentos contra qualquer raça, credo, etc. As pessoas que estão presas em pensamentos preconceituosos se afastaram de Deus, ou apenas não compreendem Deus, ou é ainda outra coisa?

Sri Chinmoy: Elas não necessariamente se afastaram de Deus, mas compreendem Deus de acordo com sua capacidade limitada. Um verdadeiro buscador, entretanto, não os condenará. Pelo contrário, ele tentará enxergar e sentir que os erros cometidos pelos outros são seus próprios erros, pois ele aceitou Deus completamente. Essa aceitação de Deus inclui a aceitação da criação inteira de Deus, e essas pessoas que estão cometendo enganos também são filhos de Deus. Portanto, um aspirante sincero sente que lhe é obrigatório considerar as fraquezas, fracassos e defeitos dos outros como seus próprios. Porque ele ama Deus, ele sente que tem de se identificar com a criação de Deus. Ele não pode negar a criação de Deus; não pode falar mal da criação de Deus. Ele só consegue aceitar a criação de Deus como tal e orar para Deus e meditar em Deus para que ilumine a Sua criação.

 

Donna Halper: Isso quer dizer que, se uma pessoa se envolver com a meditação, quanto mais ela meditar e mais entender sobre Deus, maior será compreensão do mundo também?

Sri Chinmoy: A pessoa terá mais compreensão, mais iluminação. Ela será capaz de aceitar o mundo ao invés de negar o mundo, pois o mundo é a criação de Deus, e Criador e criação sempre andam juntos. Se pudermos aceitá-los em conjunto, seremos capazes de satisfazer a Realidade Suprema dentro de nós.

Meditação é para autoconhecimento

por Thamara Paiva

Muito tem se falado ultimamente sobre meditação como algo terapêutico, para ajudar a aliviar o stress ou a ansiedade. Contudo, ela é uma poderosa ferramenta para o autoconhecimento e autotranscendência, de acordo com os ensinamentos do professor de meditação Sri Chinmoy que continuam sendo difundidos por seus alunos por meio de cursos de meditação gratuitos no mundo todo, e também em São Paulo.

Patanga Cordeiro é um dos alunos de Sri Chinmoy, é ultramaratonista de provas de 10 dias de duração e pratica meditação há mais de 20 anos, e diz que meditação é um instrumento que pode transformar e iluminar a condição atual de quem a pratica. Não se trata de terapia ou relaxamento – é uma forma de ser aquilo que você nasceu para se tornar.

“Com sua boa vontade e determinação você pode usar esse instrumento para descobrir o que existe de real dentro de você e fazer da sua vida algo mais pleno, indo além do vazio, frustração, dúvida ou qualquer imperfeição que considere um obstáculo. Todavia, para isso é preciso praticar com disciplina e sinceridade, como um atleta divino. Uma vez que isso faça parte da sua vida, naturalmente vem um sentimento de satisfação, de a vida valer a pena, de tudo fazer sentido e ter um propósito, de se sentir verdadeiramente feliz mesmo sem ter acontecido nada de bom”, define.

Ele explica que, de acordo com o que Sri Chinmoy deixou de ensinamento, a meditação não significa apenas sentar quietamente em silêncio por cinco ou dez minutos. “A meditação requer esforço consciente. A mente tem que ser posta calma e quieta. E, ao mesmo tempo, tem que ser vigilante, para não permitir que qualquer pensamento ou distração ou desejo perturbador, entre”, explica Sri Chinmoy.

É a partir desse ponto, quando a mente se torna calma e quieta, é que é possível sentir que uma nova criação está se despertando dentro de si. “Quando a mente está vazia e tranqüila, e nossa existência inteira torna-se um recipiente vazio, Deus a preencherá com paz, luz e bem-aventurança.”

Segundo o Patanga, que é um dos que ministram os cursos de meditação gratuito em São Paulo, muitas pessoas procuram a meditação porque sentem que precisam de algo a mais na vida, uma felicidade maior, mas ainda não sabem o que é. Ele explica que por meio da meditação no coração, como a ensinada nos cursos, é possível encontrar as respostas. Foi assim que começou a correr também, pois a corrida e a meditação foram de auxílio mútuo.

“Sri Chinmoy ensinou para nós que a meditação faz com que nos tornemos inseparavelmente um com o mundo inteiro. Quando queremos alcançar paz, luz e felicidade ilimitadas, a meditação é a resposta. O mundo precisa de uma coisa – paz – e a meditação é a resposta”, diz Patanga.

 

Exercício de meditação no coração para fazer em casa

O Centro de Meditação Sri Chinmoy em São Paulo costuma oferecer cursos mensalmente, porém, Patanga Cordeiro compartilhou conosco um dos exercícios ensinados por Sri Chinmoy que é possível fazer em casa:

A vastidão do céu

“Mantenha os olhos semi-abertos e imagine o vasto céu. No começo, tente sentir que o céu está diante de você. Mais tarde, tente sentir que você é tão vasto quanto o céu, ou que é a própria vastidão celeste.

Depois de alguns minutos, feche os olhos e tente ver e sentir o céu dentro do seu coração. Por favor, sinta que você é o coração universal, e que dentro de si mesmo está o céu em que meditou e com o qual se identificou. Seu coração espiritual é infinitamente mais amplo do que o céu. Portanto, você pode facilmente abrigar o firmamento dentro de si mesmo.”
-Sri Chinmoy, do livro Meditação: Homem-Perfeição na Deus-Satisfação

Resumindo, você irá primeiro imaginar o céu. Depois vai sentir o céu todo dentro de si. A chave é afastar outros pensamentos. No silêncio dos seus pensamentos, você ouvirá uma nova música, de paz e dinamismo.

 

Quem foi seu professor: Sri Chinmoy

Sri Chinmoy Kumar Ghose (27 de agosto de 1931 – 11 de outubro de 2007) foi um Mestre espiritual indiano e professor que emigrou para os Estados Unidos em 1964.

Um escritor prolífico, compositor, artista e atleta, durante toda sua vida, Sri Chinmoy foi reconhecido internacionalmente por suas numerosas iniciativas em prol da paz interior e harmonia mundial. Sri Chinmoy é mais conhecido por promover eventos públicos sobre o tema como concertos, meditações e corridas.

Conduziu por muitos anos meditações na sede da ONU nos EUA, recebeu prêmios de líderes governamentais e educacionais, bem como comunidades locais. Alguns deles são o Prêmio Madre Teresa, recebido do presidente da Macedônia, o Medalhão Nehru da UNESCO e o Prêmio Gandhi da Paz, da Índia. No Brasil, recebeu doutorado honoris causa em Estudos da Paz pela PUC-Campinas.

Seus ensinamentos enfatizam o amor a Deus, meditar diariamente no coração, servir ao mundo e a tolerância fundada na visão moderna de que toda fé é essencialmente divina. Sri Chinmoy costumava referir a si mesmo como “um aluno da paz”.

 

Parte da série sobre autoconhecimento

O que é música para meditação – CORTES DOS CURSOS DE MEDITAÇÃO

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Como encontrar a postura certa para meditar

Não fico confortável e relaxado quando medito sentado.

Sri Chinmoy: Todos nós temos um quarto onde podemos meditar. Pode não ser uma casa ou apartamento próprio, mas todos têm um quarto. No canto desse quarto temos um altar onde podemos nos sentar para meditar. Quando o corpo se sente desconfortável, ele trocará sua posição, e ficará a seu cargo mantê-la com conforto. Mas se houver inquietação, o relaxamento vai embora. Se ficar se mexendo para cá e para lá, como poderá ficar relaxado? Para manter a tranquilidade, é necessário manter uma calma no corpo e evitar a inquietação a todo o custo.

 

Como meditar bem mesmo sem uma postura física ideal

Como esvaziar a mente para meditar

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Como você consegue esvaziar a sua mente para conseguir meditar?

Sri Chinmoy: Primeiro, você deve aspirar. Então, precisa deixar sua mente vazia. Não permita que quaisquer pensamentos entrem na sua mente e tomem forma. Digamos que um nome surja. Tão logo veja a primeira letra do nome, mate esse nome. Você deve tornar sua mente vazia, tão vazia quanto possível.

 

O livro Meditação e outros livros recomendados sobre autoconhecimento e espiritualidade

Como começo a meditar?

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Como começo a meditar?

Sri Chinmoy: Primeiro de tudo você deve ler alguns livros espirituais para obter inspiração. Eles não devem ter sido escritos por Mestres espirituais verdadeiros, e não por professores espirituais falsos ou aspirantes que ainda estão no caminho e não alcançaram iluminação. Livros e escrituras espirituais dirão a você como disciplinar sua vida mental e fisicamente até certo ponto. Você pode obter ajuda desses livros por alguns dias ou meses.

Então você perceberá que o seu conhecimento acadêmico da meditação não lhe basta. Você desejará a experiência sólida de meditação. Cada pessoa precisa da sua meditação própria. Se você quiser ir até o fim da estrada e alcançar a sua Meta interior, necessitará da meditação verdadeira da sua alma. Essa meditação o auxiliará a chegar na Meta destinada. Você precisará de um professor espiritual, um Mestre que poderá lhe dar uma meditação de acordo com as qualidades da sua alma. O mestre consegue interiormente dizer ao buscador sobre a sua meditação, ao contatar a sua alma para que venha à tona e dizendo através dela como meditar. Se um Mestre espiritual concede uma meditação, essa meditação é certamente a melhor meditação que o aspirante poderia ter.

Se você não tiver um Mestre, deverá mergulhar fundo dentro de si e obter sua meditação dos recônditos mais profundos do seu coração. A meditação que lhe proporcionar a maior alegria ou uma alegria contínua será a melhor meditação para você. Nem todos terão a mesma meditação. Sua meditação não será boa para mim, e a minha meditação não será boa para você. Você gosta de um certo tipo de comida, e eu, não. Você está certo da sua maneira, e eu estou certo da minha. Todavia, uma vez que saiba qual é a sua melhor meditação, comprometa-se com ela. Na sua mente ou no seu ser aspirante, tente formular algumas meditações. Hoje você pode tentar uma forma, e outra forma amanhã. Se você tem sete tipos de meditação, poderá tentar uma a cada dia. Ao final de uma semana, aquela que lhe trouxe mais satisfação ou alegria duradoura é a sua melhor meditação.

Mesmo se não quiser estudar livros espirituais e não quiser um Mestre espiritual, primeiro de tudo mantenha sua mente calma e silenciosa e permita que a alma conte à mente as coisas que precisa. Se a mente estiver tranquila, poderemos receber a luz da alma na mente. A luz entra na mente também através do coração. Quando meditamos em grupo, fazemos esse tipo de meditação.

Qual é a melhor forma de meditar?

Qual é a melhor forma de meditar?

Sri Chinmoy: A melhor forma de meditar é sentir que você veio da Fonte. Essa Fonte é o Deleite. Quando meditar, sinta que veio dessa Fonte e que está retornando a Ela vitorioso e triunfante. Aqui na terra você cumpre seu papel e então retorna para a Fonte. As escrituras indianas dizem:

“Viemos do Deleite,

Nos tornamos o Deleite.

Ao fim da nossa jornada

Retornamos ao Deleite.”

Essa é a melhor forma de meditação.